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Quando será que aprenderemos?

Impossível não pensarmos em ‘dificuldade de aprendizado’ e irresponsabilidade, quando vemos uma tragédia como a ocorrida em Mariana/MG se repetir agora em Brumadinho/MG. Mesma empresa, situação semelhante, consequências devastadoras, dor e destruição.

Por que nada mudou? Não aprenderam com a tragédia anterior? Qual a dificuldade de olharem para a situação ‘quase igual’ e verem que é um fato: acontecerá de novo!?

Pensando em Confúcio, acima citado: não houve a menor reflexão sobre o caso, ao longo destes três anos (desde 2015 existe um laudo problemático da barragem de Brumadinho), não foram buscar exemplos bem-sucedidos de outras empresas, em outros locais, seguiram a teoria do: ‘time que está perdendo não se mexe’ e também não aprenderam a partir do sofrimento e do efeito devastador do outro desastre. Por que será?

Não houve reflexão, não houve ainda punição a nenhum responsável pela tragédia criminosa que atingiu Mariana e seus moradores, seu ecossistema e às cidades vizinhas.

Em entrevista ao Estado de Minas, o promotor Guilherme de Sá Meneghin lamentou a reedição de um filme que ele já viu e disse: “O que a gente percebe, claramente, é que o Brasil não aprende com as lições da história”. Ele ainda pontuou: “O que foi feito? Absolutamente nada. Não tem uma lei proibindo esse tipo de barragem, exigindo mais segurança para as barragens, nosso licenciamento ambiental continua precário. E, no outro lado, quando esses crimes ocorrem, a responsabilização das empresas e dos responsáveis é muito difícil.”.

Esta declaração do promotor nos deixa consternados, tristes, revoltados!

É preciso mais que isso: precisamos ser cidadãos conscientes.Votamos, temos aí políticos para trabalhar pelo bem e pela evolução do País, cabe a eles, todos, sem exceção, melhorarem às leis que regulamentem esse tipo de atividade, cabe a eles endurecerem leis que punam esse tipo de tragédia, cabe a eles darem força e apoiarem IBAMA a fiscalizar e a multar todo e qualquer tipo de irregularidade encontrada.

Não basta, no ato da tragédia, compadecermo-nos com eles, precisamos sim, nos unirmos, sermos solidários, doarmos nosso trabalho, água, produtos de higiene, nos unirmos em correntes de oração por eles. É preciso que possamos nos voluntariar para ajudar e minimizar o sofrimento deles, entretanto, precisamos, como cidadãos que somos, acompanharmos as ações e medidas judiciais a partir de agora, no sentido de ampararem vítimas, no sentido de repararem os danos, no sentido reconstruírem (dentro do possível) o que foi destruído, no sentido de serem multados e de pagarem às multas recebidas. Por exemplo: as casas aos moradores de Mariana até hoje não foram reconstruídas e a previsão é, hoje em dia, para 2020. Será que isso é justo? Será que a empresa realmente foi punida e reparou danos? Não, caros amigos, até 2020 terão passados muitos anos e os custos desta reconstrução e destes reparos, foram tranquilamente ‘parcelados’ e retirados dos lucros gigantescos obtidos ao longo destes anos. Às famílias cabe esperar e ‘amargar’ o sofrimento de ter perdido tudo: parentes, casas, empregos, negócios, dignidade.

O meio ambiente, certamente, não voltará a ser o mesmo! O que foi destruído não será reparado de forma completa.

Somos um povo solidário, que se une, que se doa, que divide o que tem para que todos possam se ajudar, entretanto, precisamos ser povo exigente, que não aceita mais este tipo de ‘tragédia’ criminosa, que não aceita mais a prostração dos políticos que tanto prometem durante às campanhas, mas que após a eleição, encontram justificativas no lugar de ações.

Augusto Cury afirma que “uma pessoa inteligente aprende com seus erros e uma pessoa sábia aprende com os erros dos outros. ”, neste sentido, não estamos vendo nosso País aprendendo com os próprios erros e nem com os erros dos demais. Estamos assistindo erros se repetirem dia após dia.

Esta tragédia, talvez, possa nos ajudar a evoluirmos, a ‘deixarmos de lado’ brigas partidárias infinitas e sem o menor futuro, para uma evolução enquanto povo, enquanto nação que cobra unida de seus governantes ações assertivas, éticas, posicionamentos maduros, verdadeiros e reais.

Independente do voto de cada um, os governantes são os mesmos para todos e trabalham PARA todos, isto é, têm obrigação com a nação, com a evolução da mesma, com a segurança de cada cidadão, com a preservação do meio ambiente, do direito à vida e à dignidade de cada um de nós.

Como de costume, encerro com um convite a reflexão, acerca de uma afirmação impactante: “Unidos venceremos. Divididos, cairemos.”, Esopo.

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