Théo Benício Vantini de Azevedo, de 2 anos, morreu no dia 30 de setembro, em Limeira, a criança havia sido diagnosticada com Influenza. A família acusa o Hospital Medical Hapvida de negligência médica. O caso levou a Prefeitura de Limeira a acionar o Ministério Público, após apuração da Secretaria Municipal de Saúde apontar indícios de falhas no atendimento.
A investigação teve início no próprio dia da morte, por se tratar de doença de notificação compulsória. A criança chegou sem vida ao Pronto Atendimento do Jardim Aeroporto, levada pela mãe em um carro de aplicativo. Segundo o relato da família, Théo havia sido atendido duas vezes no Hospital Hapvida, mas não houve recomendação de internação, mesmo diante de sintomas como dor no peito e dificuldade para respirar.
Durante a apuração, o hospital apresentou exame que confirmou Influenza A (H1N1), mas se recusou a entregar o prontuário médico completo à Secretaria de Saúde, o que resultou em processo administrativo e auto de infração por dificultar a fiscalização sanitária.
A reportagem do Rápido no Ar obteve documentos que mostram uma divergência grave entre o prontuário médico e a certidão de óbito da criança.
O prontuário indica que Théo recebeu medicação às 6h da manhã do dia 1º de outubro de 2025. Porém, a certidão de óbito mostra que ele faleceu às 23h32 do dia 30 de setembro de 2025.
A mãe de Théo contesta o posicionamento do hospital e afirma que exames laboratoriais não foram realizados durante o atendimento.
Em nota, o Hospital Medical Hapvida afirmou que seguiu todos os protocolos clínicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde e lamentou a morte do paciente:
“O hospital lamenta profundamente o falecimento do paciente T.B.V.A., manifesta sua solidariedade à família e expressa seus mais sinceros sentimentos neste momento de dor. Reforça seu compromisso permanente com a responsabilidade, a ética, a qualidade da assistência prestada e informa que o prontuário médico foi entregue à família. Afirma também que está à disposição das autoridades competentes prestando todas as informações solicitadas.
O paciente recebeu atendimento conforme o quadro clínico apresentado nas passagens pelo pronto-socorro, sendo avaliado por equipe médica e assistencial. Foram realizados avaliação clínica completa, exames laboratoriais, verificação de sinais vitais e administração de medicação, seguindo os protocolos clínicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde para a faixa etária. Em ambas as ocasiões, os parâmetros clínicos encontravam-se dentro da normalidade para uma alta segura.
A conduta adotada seguiu critérios de segurança, cuidado e fundamentação técnica. O hospital permanece à disposição para esclarecimentos e reafirma seu compromisso com a excelência, o acolhimento e o respeito aos seus pacientes e familiares.”
Até o fechamento desta reportagem, o hospital não respondeu aos questionamentos sobre a divergência entre o horário registrado no prontuário médico e o da certidão de óbito.
O caso segue sendo acompanhado pela Prefeitura de Limeira e pelo Ministério Público.
O jornalista Lucas Claro conversou com a mãe da criança em um depoimento extremamente triste.
*Todas as informações contidas na reportagem, incluindo a foto e nome da criança tiveram total autorização por parte de Paula Vanessa da Luz Azevedo, mãe da criança.

