O prefeito de Macapá, Antônio Furlan (MDB), se envolveu em uma confusão neste domingo (17) ao agredir fisicamente um jornalista durante vistoria nas obras do Hospital Municipal. A equipe de reportagem foi detida pela Guarda Civil Municipal, e o episódio gerou forte repercussão política e social no Amapá.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento em que o prefeito Dr. Furlan agarra o pescoço do repórter Iran Froes, integrante da equipe do jornalista Heverson Castro. O cinegrafista Marshal dos Anjos também fazia parte do grupo. A confusão começou após um questionamento sobre o atraso nas obras, iniciadas em 2023.
Após o caso, os três profissionais foram conduzidos à Delegacia da Mulher porque duas servidoras municipais alegaram terem sido agredidas. No entanto, exames de corpo de delito não identificaram sinais de violência física.
A Prefeitura de Macapá divulgou nota acusando os jornalistas de interromper o evento, ofender o prefeito e tentar agredi-lo. O texto destacou que “não tolera violência, intimidação ou desrespeito” e anunciou medidas legais contra os profissionais.
As servidoras municipais Meriam Banha, subsecretária de Habitação e Ordenamento Urbano, e Anne Távora afirmaram em redes sociais que sofreram agressões físicas e verbais. Ambas registraram ocorrência e passaram por exames periciais.
Já a defesa dos jornalistas nega as acusações e afirma que houve abuso de autoridade. O advogado Maurício Pereira declarou que ingressará com notícia-crime contra o prefeito e agentes da Guarda Municipal, além de cobrar reparação por danos materiais e morais.
O episódio foi criticado pelo presidente da Câmara Municipal de Macapá, Pedro Dalua, que classificou a condução dos jornalistas como “abuso de autoridade”. Em nota, ele ressaltou que “impedir o trabalho da imprensa é ferir a democracia e o direito da sociedade à informação”.
Na segunda-feira (18), o prefeito Dr. Furlan divulgou um vídeo pedindo desculpas e reconhecendo ter se excedido durante a confusão.
O caso acontece em meio às discussões sobre os atrasos nas obras do Hospital Municipal, na zona norte da capital, iniciadas há dois anos. A investigação das denúncias de agressão e abuso de autoridade seguirá na esfera policial e judicial.
O desdobramento deve envolver representações criminais e ações cíveis tanto por parte da Prefeitura quanto da equipe de reportagem.

