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Prédio desaba durante incêndio no centro de São Paulo

Um prédio de 22 andares desabou durante um incêndio de grandes proporções no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo, na madrugada desta terça-feira (1º). Um edifício vizinho também pegou fogo, mas não corre risco de colapso. Uma pessoa morreu e pelo menos outras duas estão desaparecidas. Bombeiros buscam por vítimas nos escombros no início desta manhã.

Segundo o Corpo de Bombeiros, a pessoa que morreu estava sendo resgatada por corda pelos militares quando a estrutura do prédio desabou. Os militares abriram um acesso pelo edifício vizinho e a vítima já estava pronta para sair quando toda a estrutura colapsou. A corda que a prendia se rompeu e ela caiu. Um bombeiro também ficou ferido durante o desabamento.


O prédio que desabou tinha mais de 20 andares e era uma antiga instalação da Polícia Federal. Segundo comerciantes do entorno, o local era ocupado ilegalmente. Antes de ruir, algumas pessoas pediam socorro no último andar. As chamas começaram no quinto andar, se alastrando rapidamente para os níveis superiores. Ao todo, 160 militares atuam no combate ao incêndio e no resgate das vítimas.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o prédio já havia passado por vistoria, na qual foram relatadas as péssimas condições do local às autoridades do município. De acordo com a corporação, os compartimentos entre os andares eram divididos por madeira, o que ajudou a propagar as chamas.

Ainda não há confirmação de outros mortos ou feridos. A Defesa Civil Estadual está no local e realiza cadastramento de todas as famílias que poderiam estar no prédio no momento do incêndio.

Um edifício vizinho também foi atingido e as chamas se espalharam por dois andares. Ele foi esvaziado e interditado. Segundo o Corpo de Bombeiros, o risco de colapso é mínimo e não há vítimas deste incêndio.

A Polícia Militar e a Companhia de Engenharia de Tráfego foram acionadas e auxiliam os trabalhos na região. Ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) estão de prontidão para atender as vítimas.

 

Comerciantes da região relatam correria nas ruas, com clientes deixando hoteis vizinhos às pressas. As testemunhas dizem que quebraram vidraças, se espalhando rapidamente pelos andares e atingindo os prédios vizinhos.

“Eu estava em horário de serviço e escutei várias pessoas gritando, barulho de vidros caindo. Quando fui ver o que era, as ruas, que estavam desertas, ficaram cheias de pessoas desesperadas”, disse o recepcionista Flávio Gabia, que trabalha em um hotel no Largo do Paissandu. Segundo ele, vários clientes deixaram o estabelecimento quando viram o incêndio. Um hotel ao lado dos edifícios em chamas também foi esvaziado e interditado

Devido ao combate às chamas, a CET interditou o trecho entre a avenida Rio Branco e a rua Antônio de Godói e recomenda aos motoristas que evitem passar pela região do Largo do Paisandu. Três quarteirões estão fechados.

Torre que pegou fogo e ruiu em São Paulo foi detenção de Nobel da Paz
A antiga sede da Polícia Federal que desabou após um incêndio na madrugada desta terça-feira, 1, no centro de São Paulo, foi palco de eventos célebres nos anos 1980. O prédio central alojou o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), mas está ocioso desde 2009. Já a PF mudou para seu atual endereço, na Lapa, em 2003.

O argentino Adolfo Pérez Esquivel, vencedor do Prêmio Nobel da Paz, foi preso em 1981 após criticar a Lei da Anistia e encaminhado ao prédio da Antonio de Godoy. O então governador Paulo Maluf e Dom Paulo Evaristo Arns, cardeal arcebispo de São Paulo, precisaram intervir para que ele fosse solto. Dois anos depois, o mafioso italiano Tommaso Buscetta foi preso pelo delegado Romeu Tuma e também foi encaminhado à sede.

Levado para os Estados Unidos, Buscetta fez delação premiada e entregou as organizações mais poderosas do crime em seu País. Já em 1985, quando a ossada do carrasco nazista Josef Mengele foi encontrada por Tuma em um cemitério no Embu, nos arredores de São Paulo, o prédio da Antonio Godoy voltou ao noticiário internacional.

A torre foi colocada à venda pela União em 2015, em edital preparado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. O preço mínimo de venda na época foi de R$ 21,5 milhões e o então ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, disse que a venda fazia parte de ação do governo para reduzir despesas e racionalizar gastos no âmbito da Secretaria do Patrimônio da União (SPU).

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