Os preços do tomate dispararam no fim de outubro no Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) do período, conforme a Fundação Getulio Vargas (FGV). A alta de 72,25% na quarta quadrissemana do mês após 53,37% na terceira foi a maior influência de pressão do IPC-S, que ficou em 0,48% em outubro, ante 0,45% em setembro. Na terceira quadrissemana de outubro, o IPC-S foi de 0,54%.
“As hortaliças e legumes foram as que mais ajudaram a impulsionar o grupo Alimentação, ao passarem de 13,38% na terceira quadrissemana para 19,92% na seguinte. Além do tomate, cebola de -6,94% para alta de 5,88% e batata de 12,87% para 15,85% explica quase toda a alta em hortaliças”, diz o coordenador do IPC-S da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti, lembrando que os preços devem estar sofrendo em razão de problemas climáticos excessivos.
Em contrapartida, outros alimentos estão com preços mais baixos, com destaque para laticínios (-0,81%), aves e ovos (de 2,04% para 1,26%) e frutas (de 2,83% para 1,47%). “O desempenho mais favorável desses produtos praticamente anula o impacto das principais altas em hortaliças e legumes”, explica.
Em outubro, o grupo Alimentação subiu 0,86% após 0,87% na terceira quadrissemana do mês e de 0,16% no fim de setembro.
A despeito da taxa do grupo ainda ter ficado elevada, Picchetti acredita que isso não deve ser empecilho para que o IPC-S caia quase à metade no fechamento de novembro na comparação com outubro (0,48%).
A estimativa é de alta de 0,25% para o IPC-S deste mês. Se for confirmada, será menor que a de 0,36% em novembro de 2017. Para 2018, o economista mantém a projeção em 4,60%, lembrando que em 12 meses até outubro, o índice acumula 4,80%. “O que embasa a projeção de novembro é a expectativa de queda em energia e alívio nos preços de combustíveis. Com isso, o dado do ano deve ficar perto de 4,60%”, afirma.
Em outubro, o grupo Transportes ficou em 0,82% ante 0,93% na terceira quadrissemana e ante 1,09% no fim de setembro. No décimo mês do ano, as principais influências partiram de combustíveis (de 3,42% para 2,25%), com destaque para etanol (de 4,75% para 3,78%) e gasolina (de 3,24% para 1,93%). “No ponta pesquisas recentes, os preços estão desacelerando mais”, adianta