Para conseguir pagar gastos não previstos no orçamento, muitas vezes o consumidor contrata empréstimos e financiamentos a juros altos e, se o contrato não for honrado pontualmente, o endividamento pode ficar maior e complicar ainda mais a situação.
Felizmente, essa não é a única alternativa para acabar com as dívidas. A Fundação Procon-SP indica algumas ações práticas para orientar quem busca uma solução para sair do vermelho. Confira abaixo:
> Organize-se
O primeiro passo para quem está endividado é visualizar a extensão do problema. Para isso, liste detalhadamente todas as dívidas (para quem você deve, quanto deve e há quanto tempo), os rendimentos (salário, recebimentos extras, colaboração de familiares e aplicações) e as despesas mensais fixas e variáveis. Depois disso, é possível visualizar onde cortar os gastos.
> Controle-se
Depois de verificar as despesas, é importante pensar em alternativas para diminuí-las, mesmo que a princípio pareçam radicais:
– Cortar o que é supérfluo, dando prioridade ao que é essencial, a fim de adequar o padrão de vida aos rendimentos;
– Também é importante planejar as compras e não comprar por impulso, gastando de acordo com o que foi planejado;
– Pesquisar preços e formas de pagamento antes de comprar qualquer produto. Se a compra for financiada, compare o Custo Efetivo Total (CET) das diversas instituições financeiras, a taxa percentual anual que expressa a soma de todos os custos envolvidos na operação (juros, tarifas, tributos, seguros e demais despesas);
– Não usar o valor do limite do cheque especial como complemento do salário;
– Procurar atividades de lazer gratuitas, como passeios em parques públicos, exposições etc;
– Evitar sair às compras com cartão de crédito ou talão de cheques. Comprar com dinheiro oferece noção mais imediata de quanto se está gastando;
> Eduque-se
Elabore um plano para controlar as despesas e, se for o caso, envolva toda a família. O saldo bancário e despesas pagas no cartão de crédito devem ser acompanhados com frequência. Procure sempre uma oportunidade de economizar, mesmo em hábitos cotidianos, como utilização de energia elétrica, telefone, água, entre outros.
> Ajuste-se
Após o ajuste nas despesas, calcule quanto realmente pode disponibilizar para quitar suas dívidas. Tente negociá-las diretamente com os credores ou por meio de instituições que promovem reuniões de conciliação e solução de conflitos.
Se tiver algum dinheiro aplicado, avalie a possibilidade de utilizá-lo para fazer uma proposta de quitação total ou parcial das dívidas. Caso não tenha recursos para saldar as dívidas, considere a possibilidade de contratar um empréstimo com juros menores, como é o caso do empréstimo consignado (descontado na folha) ou, ainda, a portabilidade de crédito.
Nesse caso, fique bem atento a todos os valores, principalmente dos juros, taxas e demais encargos, e faça uma avaliação cuidadosa.
> Regularize-se
Ao firmar um acordo de renegociação ou obter a quitação de uma dívida, mantenha tudo bem documentado. O credor deverá providenciar a regularização da situação perante os cadastros de inadimplentes.
A partir dos conselhos citados acima, é fundamental ficar atento aos seguintes itens listados abaixo:
Cheque sem fundo
Se a dívida envolver a emissão de cheque sem fundo:
– Procure o credor, efetue o pagamento e solicite a devolução do cheque. Caso o cheque tenha sido extraviado, solicite ao credor a emissão de uma carta de anuência (declaração de que o débito está quitado);
– Caso não localize o credor, peça ao seu banco uma cópia do cheque em que conste o número da instituição financeira, da agência e da conta dele. Com isso, dirija-se até o banco informado para obter o nome completo e endereço residencial/comercial do titular da conta (esse repasse de informação somente ocorrerá com a devida autorização);
– Apresente o cheque ou a carta de anuência (com firma reconhecida e uma Certidão Negativa de Protestos) ao seu banco, que deve providenciar a retirada de seu nome do cadastro de emitentes de cheque sem fundos (CCF).
Título Protestado
Se houver título protestado em cartório:
– Dirija-se ao cartório que registrou o protesto e solicite uma certidão para saber quem protestou o título;
– Pague a dívida ao credor;
– Solicite uma declaração que comprove a quitação e que autorize o cancelamento do protesto, vá ao cartório e providencie o cancelamento.
SCPC/SERASA
– Procure a instituição credora (cartão de crédito, loja, bancos, financeiras etc.), efetue o pagamento ou negocie a dívida;
– Após a quitação da dívida ou pagamento da primeira parcela do acordo, o credor deverá enviar uma notificação solicitando a exclusão do nome do cadastro de inadimplentes;
– Caso não saiba o valor da dívida ou desconheça o credor, compareça pessoalmente ao SCPC/SERASA com carteira de identidade e CPF.
Lembre-se que para o cancelamento de protesto e exclusão do nome no cadastro de emitentes de cheque sem fundos (CCF) há cobrança de tarifas.