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População enfrenta horas de fila para pegar senha para se vacinar contra febre amarela em Limeira

Uma fila gigantesca se formou no Postão de Limeira, próximo ao Nosso Clube, nas primeiras horas desta sexta-feira (19). Milhares de pessoas tentam conseguir uma senha para receberem uma dose da vacina contra a febre amarela.

Antes das 9h da manhã de hoje (19), as senhas já haviam acabado e as pessoas que aguardavam na fila afirmavam que iriam permanecer no local mesmo não tendo mais senhas disponíveis.

“Cheguei perto das 6h30 da manhã e não consegui uma senha” afirmou uma mulher que estava na filha com seus três filhos pequenos e o marido. Eles moram na zona rural de Limeira. A mulher teme pela saúde de seus filhos e por morarem na área rural, ela relata que não é fácil se deslocarem até a região central de Limeira para tentarem tomar a vacina. ASSISTA:

De acordo com a Prefeitura de Limeira, a imunização das pessoas que vão viajar para as áreas de risco segue normalmente e não existe motivo de pânico. A vacinação acontece as segundas, quartas e sextas das 8h às 11h, e Limeira não está no mapa de risco. Porém na manhã de hoje, milhares de pessoas madrugaram na fila, o que fez com que fossem distribuídas 400 senhas no Postão de Limeira.

A triagem foi realizada na fila e 400 senhas foram distribuídas.

Um outro fator importante de acordo com a Secretaria de Saúde é que crianças menores de nove meses não podem receber a dose da vacina. Já os idosos com mais de 60 anos só vão ser imunizados se tiverem indicação médica.

Atualmente o município está vacinando 400 pessoas as segundas, quartas e sextas. De acordo com a prefeitura é importante que as pessoas se mantenham calmas, já que segundo a Secretaria de Saúde nada mudou nas últimas semanas, e se houver qualquer alteração, a situação será imediatamente comunicada e de forma ampla.

Fila começou a se formar de madrugada e as senhas acabaram antes das 9h.


ESTADO

Na última terça-feira (16), a Organização Mundial de Saúde (OMS) passou a considerar o estado de São Paulo como área de risco da Febre Amarela. Com isso fica recomendado para qualquer viajante que venha para o estado que seja vacinado contra o vírus.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB), disse que a campanha de vacinação contra a febre amarela, que tem início no próximo dia 25 em 54 cidades paulistas, deve ser estendida a todos os municípios do Estado. Segundo ele, se houver necessidade, toda a população paulista será vacinada até o fim do ano.

“Se for preciso vamos vacinar, mas o importante agora é evitar o pânico. O que temos aqui é a forma silvestre da febre amarela”, disse, durante visita a Itapeva, no interior de São Paulo.

A campanha de vacinação no Estado, que estava prevista para começar no dia 29, foi antecipada em virtude do surgimento de novos casos. “Toda a logística já está preparada”, disse.

CIDADES

Mesmo a OMS colocando o Estado no mapa de risco, nem todas as cidades ainda se enquadram nessa relação inicial de cidades mapeadas como foco da Febre Amarela, como é o caso de Limeira. De acordo com o Ministério da Saúde, a cidade não tem recomendação para vacinar toda a população por enquanto.

Por esse motivo, a vacinação está sendo fornecida pela Secretaria Municipal de Saúde somente para pessoas que irão viajar para áreas de risco e para moradores e trabalhadores da área rural. Pessoas com mais de 60 anos e crianças com menos de 9 meses precisam de carta de recomendação médica para receber a dose.

MAPEAMENTO
Três em cada quatro casos confirmados de febre amarela ocorreram em cidades consideradas pelo Ministério da Saúde sem risco para a doença. Boletim epidemiológico mais recente da Secretaria Estadual da Saúde paulista mostra que dos 40 registros da doença confirmados entre janeiro de 2017 até agora, 31 aconteceram em áreas sem recomendação permanente de vacina.

São definidas como regiões com recomendação aquelas em que há risco de circulação do vírus. Nesses casos, devem se vacinar todos os moradores e viajantes que planejam visitar esses locais Desde 2000, 445 dos 645 municípios paulistas, todos no interior, estão nesse grupo. As áreas mais populosas do Estado, no entanto, como as regiões metropolitanas de Campinas e de São Paulo, não estavam nessa lista, mas foram as que registraram o maior número de casos no recente avanço da doença. Na terça-feira, 16, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que todo o Estado seja considerado de risco.

Foram também nas regiões sem recomendação de vacina em que o Estado registrou, já há quatro meses, o aumento expressivo de casos de macacos mortos pela doença, dado que já indicava o avanço do vírus para áreas antes consideradas livres dele. O número de animais doentes, que entre julho de 2016 e junho de 2017 foi de 187, saltou para 508 no mesmo período de 2017/2018.

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