Uma ação envolvendo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público e as corregedorias das polícias Civil e Militar realizada nesta segunda-feira (4) desmantelou uma organização criminosa que explorava jogos de azar nas cidades de Americana e Santa Bárbara d’Oeste.
Batizada de Operação Bellagio – em referência a um famoso cassino de Las Vegas – a ação prendeu dez pessoas, entre elas, três cabos da PM (Polícia Militar) e dois policiais civis, que atuavam em Santa Bárbara. Entre os civis presos está um ex-policial militar que foi expulso da corporação por envolvimento com o crime. Ele é apontado pelas investigações como sendo o gerente da organização.
Na ação deflagrada nesta segunda-feira, além das prisões, os policiais apreenderam R$ 210 mil em dinheiro, drogas, armas e munições. A organização criminosa tinha como sede um bingo clandestino localizado na divisa entre as duas cidades.
No local, os policiais militares acusados se revezam na segurança e chegavam a receber R$ 100 por dia de trabalho. Já os policiais civis recebiam até R$ 2 mil reais por mês e tinham como função, impedir que investigações sobre jogos de azar evoluíssem nas duas cidades.
Os nomes dos policiais não foram divulgados. O chefe de Divisão de Operações do Comando de Policiamento do Interior – 2, Robert Marlon Niglia, disse que os três militares envolvidos estavam há mais de dez anos na PM. Eles foram presos e encaminhados ao presídio militar Romão Gomes, vão responder na Justiça pelos crimes e ainda sofrerão um processo administrativo que pode resultar na demissão ou expulsão da Polícia Militar.
Niglia contou que o envolvimento dos policiais – tanto militares como civis –na organização foi denunciado no final de 2017. No ano seguinte, em março, as corregedorias das duas polícias instauraram inquéritos que apontou o envolvimento dos acusados. Por causa da participação dos policiais civis, o Gaeco foi acionado e iniciou outra frente de investigação.
“A união de forças foi imprescindível para o sucesso desta operação”, destacou o promotor do Gaeco, André Camilo Castro Jardim. Ele informou ontem que o valor movimentado pela organização ainda está sendo apurado, porém, os procedimentos para a quebra dos sigilos fiscal e bancários dos envolvidos já estão em andamento.