As polícias Civil e Militar realizaram neste domingo (21) uma megaoperação na Cracolândia, no centro de São Paulo, contra o tráfico de drogas. Perto de mil policiais, sendo 496 policiais militares e 480 civis, participaram da operação, incluindo quatro helicópteros, 35 motos, 69 viaturas, 13 veículos pesados, 49 cavalos, 5 cães farejadores e dez bases móveis.
A megaoperação policial é o primeiro passo para retirar a Cracolândia da região central. A polícia cumpriu no local 69 mandados de prisão temporária e 80 mandados de busca e apreensão. A operação é comandada pelo Denarc (Departamento de Narcóticos de São Paulo).
Chefes do tráfico foram presos também em outras regiões da cidade. O traficante “FB”, um dos mais procurados do Estado e apontado como líder do tráfico na Cracolândia, foi detido em Caraguatatuba; enquanto “Leo” foi preso na zona oeste da capital – ele é suspeito de ser mandante do assassinato de Bruno de Oliveira Tavares, socorrista carioca que foi sequestrado e morto ao tentar resgatar uma usuária de drogas na região da Luz.
“Esse é um problema crônico, social e de saúde pública. Nós temos hoje 3.327 vagas para o tratamento dos dependentes”, afirmou Alckmin, lembrando que ao lado da Cracolândia, no bairro do Bom Retiro, fica o CRATOD (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas), com atendimento 24h por dia. “Temos também a área para tratamento ambulatorial. O trabalho social será permanente, de abrigo para as pessoas que quiserem ir”, ressaltou.
O secretário da Saúde, David Uip, também acompanhou a operação e falou sobre o acompanhamento aos dependentes químicos. “A operação facilitará o nosso atendimento de rua e nos prédios do Governo do Estado, para tentar auxiliar o dependente a se desvencilhar de uma epidemia mundial. O Brasil é líder nas epidemias de crack, cocaína e maconha”, disse.
O Programa Recomeço, do Governo do Estado, mantém 3.327 vagas em leitos de desintoxicação, observação, moradias comunitárias, comunidades terapêuticas, repúblicas e casas de passagem, disponíveis aos usuários de drogas. Mais de 86 mil abordagens foram realizadas pelo programa desde o seu início, em 2013, enquanto o Cratod registra 53 mil pessoas atendidas.
Revitalização do centro
Alckmin também destacou o trabalho de revitalização da região da Nova Luz com a construção de moradias populares por meio de Parceria Público Privada. “Na PPP do centro, nós faremos 1.300 apartamentos. Nós traremos de volta as pessoas para morar aqui, com comércio e escola de música. Toda a região em frente à Sala São Paulo. É um trabalho de ocupação da área e para trazer de volta a população ao centro expandido”, afirmou.
As obras do Complexo Júlio Prestes começaram em janeiro. O empreendimento pretende revitalizar a região com o fluxo de moradores dos oito blocos e dos clientes dos comércios que serão instalados no residencial. O Complexo terá mais apartamentos do que o edifício Copan, que conta com 1.160 unidades. A previsão de conclusão das obras é de 36 meses.