Ícone do site Rápido no Ar

Polícia de SP afirma ter preso responsável por lista de integrantes do PCC

Operação da Polícia Civil paulista cumpriu 35 mandados de prisão, nesta quinta-feira, 29, contra suspeitos de integrar o Primeiro Comando da Capital (PCC) e comandar o tráfico de drogas na zona leste da capital paulista. Entre os presos, Gilberto Ferreira, o Beto, é apontado como “pen-drive geral” e seria responsável por guardar o cadastro de todos os membros da facção no Brasil.

No PCC, “pen-drive” é a denominação para quem exerce cargo semelhante ao de “recursos humanos”. Beto foi pego em São Miguel Paulista, zona leste. Lá, policiais do Departamento de Narcóticos (Denarc) encontraram livros de anotações e arquivos de computador, que seriam o “Livro Branco” e o “Livro Negro” do PCC, segundo as investigações. No primeiro, constaria nome, local, data de ingresso na facção e padrinhos de batismo (quem deu aval para entrada do novo integrante). Já no segundo, haveria a lista de criminosos em débito.

PUBLICIDADE

Com o material apreendido, investigadores têm expectativa de mapear toda a hierarquia funcional do PCC, incluindo as lideranças de cada Estado. “Não é o Livro Branco do Estado de São Paulo, é o Livro Branco do Brasil, de todos os Estados da Federação”, disse o delegado Alberto Pereira Matheus Junior, divisionário do Denarc.

Também será possível saber o número exato de membros até a presente data, segundo o delegado. “Hoje, o que temos é especulação”, disse. “Será trabalho não só para o Denarc, mas para a Polícia Civil inteira.”

Cracolândia
Batizada de “Linha Cruzada”, a ação teve oito meses de investigação e nasceu da Operação Campos Elísios 1, de maio de 2017, que desmontou a “feira da droga” na Cracolândia, no centro paulistano. Na época, tijolos de crack eram vendidos a céu aberto em barracas loteadas pelo PCC.

Continua depois da Publicidade

Your browser does not support the video tag.https://cdn.rapidonoar.com.br/videos/2018/10/camepaodooleo.m4v

Segundo as investigações, o sistema de comércio mudou desde então. O crack passou a entrar no território em quantias menores e ser vendido por traficantes “independentes”, autorizados pelo PCC. É o chamado modelo “formiguinha”.

No dia anterior, o Denarc já havia deflagrado a Operação Campos Elísios 2, para prender traficantes “pequenos” que vendem diretamente aos usuários. Desta vez, o objetivo era combater o “atacadão do crack”: os fornecedores da droga.

O Denarc identificou oito células responsáveis por abastecer a Cracolândia. Dos mandados cumpridos, 14 pessoas já estavam na cadeia e as outras 21 nas ruas. Também houve prisões no Itaim Paulista, na zona leste, além de Guarulhos, Poá, Mogi das Cruzes e Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo.

Segundo investigações, Beto recebia salário para o cargo de “RH” do PCC, mas também atuava como fornecedor. Em grampo, teria sido flagrado reclamando de uma remessa de droga do Paraguai, que seria destinada à Cracolândia. O lote acabou prejudicado após um fungo atacar a plantação de folha de coca. “Hoje, está complicado para os traficantes. Falta crack na Cracolândia”, disse o delegado Carlos Batista, titular da 6.ª Dise do Denarc. “A droga ficou até mais cara. Se antes o quilo da pasta-base custava R$ 8 mil. Agora está por R$ 15 mil.”

Sair da versão mobile