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Papa visita Chipre e Grécia e mostra preocupação com migrantes

Alessandra Benedetti/Corbis

O papa Francisco, que inicia hoje (2) viagem ao Chipre e à Grécia, pretende apelar à situação dos migrantes nas fronteiras da Europa e contrariar a relutância dos países sobre a entrada de pessoas, apesar dos apelos do Vaticano.

O número de migrantes que chega ao Chipre aumentou 38% nos primeiros dez meses do ano, em comparação com 2020.

O papa deve abordar a questão da migração, assim como da divisão do Chipre, quando chegar hoje à Nicósia para a primeira etapa de uma visita de cinco dias.

A viagem também prevê uma visita à ilha grega de Lesbos que o papa já visitou em 2016 tendo, na época, promovido a transferência, por meio do Vaticano, de um grupo de refugiados sírios.

O papa Francisco vai organizar uma nova transferência de migrantes esta semana: cerca de 50 que se encontram no Chipre foram identificados e vão viajar para a Itália, disseram autoridades cipriotas.

O Vaticano não descartou que “alguns migrantes” que se encontram em Lesbos também possam ser transferidos para a Itália após a visita do papa.

Na cidade de Nicósia, Francisco vai permanecer na Nunciatura Apostólica, localizada na zona tampão controlada pelas Nações Unidas.

A ilha de Chipre encontra-se dividida desde a invasão da Turquia em 1974, sendo que apenas o governo de Ancara reconhece a República Turca do Chipre do Norte.

Em mensagem divulgada hoje e que marca os 70 anos da Organização Internacional das Migrações, o papa insistiu que os refugiados são pessoas que merecem tratamento digno, tendo se referido igualmente à situação dos migrantes que se encontram nas fronteiras entre a Bielorrússia e a União Europeia.

“O debate sobre a migração, na realidade, não é sobre os migrantes”, disse Francisco.

“É lamentável o fato de os migrantes estarem sendo usados como moeda de troca, como peões num tabuleiro de xadrez, vítimas de rivalidades políticas”, acrescentou.

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