Ícone do site Rápido no Ar

Obesidade infantil cresce no Brasil e pode atingir metade das crianças até 2035

Foto: Rápido no Ar

O avanço da obesidade infantil no Brasil preocupa especialistas, que alertam para os riscos metabólicos, hormonais e cardiovasculares já na infância. A prevenção precoce, com exames e acompanhamento médico, é considerada fundamental para frear esse cenário.

A endocrinologista pediátrica Patrícia Amorim, do Sabin Diagnóstico e Saúde, destaca que exames laboratoriais podem ser solicitados mesmo em crianças sem sintomas, principalmente quando há histórico familiar de obesidade ou doenças metabólicas. Entre os mais indicados estão hemograma completo, glicemia de jejum, perfil lipídico, análise de urina (EAS) e dosagens hormonais.

O excesso de gordura também pode antecipar sinais da puberdade, como menstruação precoce, surgimento de pelos e brotos mamários, exigindo investigação hormonal detalhada. Além disso, o sobrepeso infantil pode prejudicar o crescimento, a saúde cardiovascular, a respiração e a autoestima.

A obesidade na infância não deve ser vista apenas como um problema futuro. De acordo com Amorim, quanto mais cedo a condição for identificada e acompanhada, maiores as chances de sucesso no tratamento. Em muitos casos, mudanças de hábitos alimentares e de rotina são suficientes para evitar tratamentos mais complexos.

O acompanhamento com pediatra e endocrinologista é recomendado em situações de ganho de peso acelerado, histórico familiar de doenças metabólicas, puberdade precoce ou dificuldade de emagrecer com dieta equilibrada e exercícios.

Cenário no Brasil preocupa especialistas

Dados do Atlas Mundial da Obesidade 2024 revelam que 34% das crianças e adolescentes brasileiros entre 5 e 19 anos estão acima do peso. A projeção é de que o índice chegue a 50% até 2035, caso não haja mudanças significativas nos hábitos da população.

O problema tem origem multifatorial, com destaque para má alimentação, sedentarismo e uso excessivo de telas. A redução da atividade física após a pandemia intensificou ainda mais a situação.

Para reverter esse quadro, especialistas recomendam ao menos três sessões semanais de atividade física de uma hora cada, além de uma dieta equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes e proteínas saudáveis. A diminuição do consumo de ultraprocessados, refrigerantes e fast food também é considerada essencial.

Sair da versão mobile