A morte do Papa Francisco, nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, deu início a um dos rituais mais antigos e simbólicos da Igreja Católica: a preparação para o conclave, que escolherá o próximo líder espiritual de mais de 1,4 bilhão de fiéis em todo o mundo. Mas afinal, o que acontece após a morte de um papa e como é escolhido seu sucessor?
Quem assume o comando da Igreja até a eleição?
Com a morte do pontífice, o governo da Igreja passa temporariamente ao Colégio de Cardeais, grupo formado pelos clérigos mais graduados da instituição. Nenhuma grande decisão doutrinária pode ser tomada durante esse período. A prioridade é organizar o funeral e a eleição do novo papa.
O Colégio é também responsável por chamar todos os cardeais com direito a voto — atualmente, 138 com menos de 80 anos — para o conclave, nome dado ao processo de votação.
Como é o funeral de um papa?
Os últimos papas tiveram cerimônias fúnebres grandiosas, mas Francisco deixou instruções para que o ritual fosse mais simples. Seu corpo não será exposto em catafalque (plataforma elevada) como em pontificados anteriores. A despedida acontecerá com o caixão aberto, sem a tampa, mas em cerimônia reservada.
Francisco também será o primeiro papa em mais de 100 anos a ser sepultado fora do Vaticano. Seu pedido foi ser enterrado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma.
Como funciona o conclave?
O conclave é a eleição secreta realizada dentro da Capela Sistina, no Vaticano. É um ritual fechado apenas para os cardeais eleitores — religiosos com menos de 80 anos. Durante o processo, eles ficam isolados do mundo exterior, sem acesso a celulares ou internet.
A votação é secreta e pode durar vários dias. A cada nova rodada, os votos são colocados em cédulas que são queimadas. A fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina indica o resultado parcial da eleição:
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Fumaça preta: ainda não há consenso sobre o novo papa;
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Fumaça branca: o novo papa foi escolhido.
Após o anúncio da fumaça branca, o nome do eleito é revelado ao mundo na varanda da Basílica de São Pedro, com a tradicional frase em latim: “Habemus Papam” (“Temos um papa”).
Quem pode ser eleito papa?
Qualquer homem católico e batizado pode ser escolhido, mas na prática, o eleito costuma ser um cardeal. Desde 1378, todos os papas foram escolhidos entre os membros do Colégio de Cardeais.
Historicamente, a maioria dos papas foi italiana. Dos 266 pontífices até hoje, 217 nasceram na Itália. Francisco quebrou essa tradição ao ser o primeiro latino-americano eleito — nascido na Argentina, foi escolhido em 2013.
Como o novo papa escolhe seu nome?
Após ser eleito, o novo papa escolhe um nome que o representará durante o pontificado. Jorge Mario Bergoglio, por exemplo, escolheu “Francisco” em homenagem a São Francisco de Assis, símbolo de humildade e cuidado com os pobres.
Esse nome marca o tom de seu papado e é usado em todas as comunicações oficiais da Igreja.