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Mulheres: Sexo frágil?

‘Pula’ da cama logo cedo, prepara café, fiscaliza o banho das crianças, toma banho, seca cabelo, troca de roupa, fiscaliza a troca de roupa dos filhos, tomam café, fecha a casa, vai para o carro, deixa filhos no Colégio, corre para o trabalho, desempenha suas funções, corre para o carro na hora do almoço, pega filhos, corre em casa, dá almoço a eles, verifica lição de casa, deixa orientações, corre para o carro, passa na papelaria, passa na quitanda, passa no banco, passa no correio, chega no trabalho, desempenha todas as suas funções, sai do trabalho, passa no supermercado, compra o que precisa, vai à lotérica pagar contas, chega em casa, ajeita a casa, faz o jantar, verifica os deveres dos filhos à tarde, verifica se estudaram, manda crianças para o banho, arruma a mesa, jantam em família, sentam para conversar um pouco, veem televisão juntos, crianças na cama, checa e-mail, responde, toma banho, verifica uniforme dos filhos, roupa dela do dia seguinte, programa despertador e aí dorme.

Sexo frágil, pergunto-me!
Há muito tempo não somos chamadas de sexo frágil, conseguimos, com muito empenho e batalha, conquistar o direito de trabalharmos, dirigirmos, votarmos, conseguimos o direito de não mais sermos mais chamadas de sexo frágil, já que requer muita força e muito empenho para darmos conta de tudo em nosso dia-a-dia.

Ufa! Que bom! Então estamos bem!? Não, não, estamos longe de estarmos onde mereceríamos e queremos.

Ainda existe muita agressão à mulher, muita ameaça à sua integridade física por homens sem nenhuma força emocional e cognitiva, não são todos, mas ainda existem os que tentam subjugar a mulher valendo-se de sua força física, de ameaças declaradas…Mulheres ainda sofrem violência sexual e, não bastasse esse trauma e essa violência, ainda enfrenta frases como: “Mas por que bebeu? Facilitou a violência!”, ou “Também, usa cada roupa curta e transparente, o cara não aguenta!”, dentre outras de igual ‘mau gosto’, de igual ignorância.

Não raras vezes elas perdem oportunidades de emprego, pois estão em ‘fase de engravidar’ ou precisam parar os estudos, pois ‘fizeram o favor de engravidar’, não são contratadas porque o ‘serviço é de homem’, porque ‘não é tão forte’… Isso tudo de forma velada, mas o impacto é real.

Em muitos cargos, em diversas localidades, os rendimentos das mulheres estão bem abaixo do dos homens em mesmo cargo e mesma função. Mas por que? O que justificaria essa realidade triste?
Ainda existem as falas preconceituosas, por exemplo: “Homem que trai é garanhão, mas mulher não presta.”, não discute-se a traição pura e simples, o que ela significa e as consequências da mesma, mas justifica-se a do homem e crucifica-se a da mulher.

Precisamos todos debatermos estas questões, homens e mulheres, com o firme propósito de modificá-las. Esta realidade de desigualdade precisa ser modificada. Precisamos ensinar nossas meninas que são tão fortes quanto os meninos e que podem ir e fazer tudo o que sonharem, desde que se empenhem, estudem e batalhem e precisamos ensinar nossos meninos a respeitar às mulheres, a reconhecerem que são importantes.

Que possamos viver para ver um mundo em que as mulheres são o que querem, expressem o que sentem, sem recriminações, convivam em todos os ambientes sem sentirem-se desvalorizadas e não tenham medo de serem violadas, por serem mulheres.

“Adoro massas cinzentas, detesto cor-de-rosa. Penso como um homem, mas sinto como mulher. Não me considero vítima de nada. Sou autoritária, teimosa e um verdadeiro desastre na cozinha. Peça para eu arrumar uma cama e estrague meu dia. Vida doméstica é para os gatos.” Martha Medeiros

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