Injúria e difamação. Esses são os crimes dos quais uma moradora de Piracicaba (SP) está acusando a vereadora, e protetora independente de animais, Alessandra Bellucci. É que, na semana passada, Alessandra foi à casa da mulher, acompanhada da Guarda Civil Municipal (GCM) e Polícia Militar (PM), ocasião em que a moradora foi levada para a delegacia sob acusação de maus-tratos a uma cadela e abandono dos próprios filhos. A ocorrência, divulgada para a imprensa pela GCM local, foi divulgada no dia pelo Rápido No Ar.
Segundo Boletim de Ocorrência registrado no 2º Distrito Policial, a mulher disse que a vereadora entrou em sua casa sem autorização, a ofendeu com os termos “maldita”, “vou acabar com sua vida”, “você merece morrer”, “porca”, “imunda”.
Ainda de acordo com a mulher, Alessandra realizou postagens nas redes sociais, dizendo que a mulher havia sido presa em flagrante por maus-tratos e abandono de incapaz e, também, que seus filhos (da declarante) teriam sido levados para um abrigo.
A mulher acrescentou no Boletim de Ocorrência que a vereadora, pelas redes sociais, também a chamou de “porca”, “imunda” e que seus filhos estavam abandonados na casa sofrendo maus-tratos, e que além de a julgar Alessandra teria dito que “a enforcaria”.
No dia da ocorrência, após ouvir a mulher na delegacia, a autoridade competente a liberou e deverá instaurar inquérito para apurar os fatos. A mulher disse que havia pedido que a cachorra fosse retirada da casa porque ela mordia a todos. Por isso, ninguém conseguia chegar perto dela (do animal). Quanto às crianças, ela disse que, no dia em que entraram em sua casa, ela já havia preparado o café da manhã delas.
ESCLARECIMENTO
Alessandra Bellucci informou, por meio de nota, que em nenhum momento a tutora dos animais proibiu sua entrada na casa, além do que não foi a única vez que estiveram no local. “Há cerca de um ano recebemos um pedido de ajuda dos vizinhos, para esses animais, estivemos no local, onde uma das assessoras da vereadora entrou no imóvel com autorização da tutora dos animais, e onde foi constatado que o animal não tinha abrigo e não era alimentado adequadamente”.
Diz a nota que, na ocasião, a tutora, assim como também seu ex-marido, foram orientados a adequar o local e alimentar os animais adequadamente, sendo que na ocasião os animais não estavam na situação que se encontravam atualmente. Consta, ainda que um dia antes da ocorrência, uma das assessoras da vereadora esteve no local, onde foi permitido seu acesso, pois novamente houve pedido de ajuda dos vizinhos para os animais em questão.
Neste dia, segundo a nota, foi permitido que fosse feito um vídeo da cachorra, e diante da gravidade da situação, foi acionado os órgãos legais para averiguação de maus-tratos.
“Quanto ao dia da ocorrência, em momento algum a tutora não permitiu a entrada da vereadora ao local, entretanto quando o advogado dela pediu para que a vereadora saísse, ela se retirou e não entrou mais no local. Quanto às informações que saíram nas mídias, tais como, as crianças terem sido levadas para um abrigo ou a tutora ter sido presa em fragrante, ou abandono de incapaz, em nenhum momento foram divulgados tais detalhes em nossas redes sociais. Nosso post foi focado exclusivamente nas condições em que os animais estavam”.
Quanto aos xingamentos, segundo a nota da vereadora, assim está escrito: “todos nós ficamos extremamente abalados com a situação em que os animais se encontravam, impossível não se comover com o estado em que eles estavam. Choramos e vimos pessoas que estavam atendendo o caso também chorando. Foi demasiado triste ver os animais morrendo de fome e sede, uma espécie de tortura, pois quando eles estavam quase morrendo de fraqueza eram alimentados (uma vez por semana), além de estarem expostos ao calor escaldante que fazia e as chuvas. Isso é desumano e a vereadora, como protetora e defensora da causa animal ficou extremamente abalada e não se lembra de ter emitido qualquer xingamento, pois seu estado emocional e psicológico estavam totalmente abalados diante de tamanha crueldade contra esses animais que estavam praticamente se arrastando, tanto que no dia seguinte, a vereadora necessitou tomar ansiolíticos para poder se acalmar”.
“Esses casos realmente abalam qualquer pessoa que tenha o mínimo de compaixão, para com as crianças, compaixão para com os animais. É muito triste vivenciar uma situação dessas, ver os animais morrendo sem poderem se defender, sem poderem pedir ajuda, e as crianças nem água tinham, tanto é que o Conselho Tutelar foi acionado, encerra a nota.