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Mortos em Paraisópolis tinham entre 14 e 23 e parte não morava na região

Da esquerda para a direita: Gustavo Cruz Xavier, 14, Dennys Guilherme dos Santos Franco, 16, e Marcos Paulo Oliveira dos Santos, 16 (primeira fila); Denys Henrique Quirino da Silva, 16, Luara Victoria Oliveira, 18, e Gabriel Rogério de Moraes, 20 (segunda fila); Eduardo da Silva, 21, Bruno Gabriel dos Santos, 22, e Mateus dos Santos Costa, 23 (terceira fila)

Os jovens que morreram pisoteados no baile funk em Paraisópolis tinham entre 14 e 23 anos e parte deles saiu de outros bairros da cidade ou da Grande São Paulo para participar do baile. O fato de não conhecerem Paraisópolis pode ter dificultado a fuga, segundo moradores.

O mais jovem é Gustavo Cruz Xavier, de 14 anos, conhecido como “Risadinha. “Ria de tudo, não ficava mal. Era muito feliz”, conta o tio, o ascensorista Roberto de Oliveira, de 44 anos. Oliveira diz que o adolescente perdeu o pai há oito anos e os bailes eram sua diversão. “Ele só tinha tamanho, era um menino bom.”

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O operador de telemarketing Bruno Gabriel dos Santos tinha feito 22 anos na sexta. Morador de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, saiu de casa dizendo que ia comemorar com amigos. Na saída, pediu para a mãe fechar o portão “bem fechado” e avisou que não dormiria em casa. “Saiu com uma sacolinha na mão. Tinha acabado de fazer aniversário e disse que ia dormir na casa de um amigo, que eles iam comemorar por ali ou comer uma pizza. Nunca nem soube que ele tinha ido nesse baile. Somos de Mogi. O que o Bruno foi fazer nesse lugar?”, indagou a irmã adotiva do jovem, a professora Vanini Cristiane Siqueira, de 39 anos.

A notícia da morte chegou no domingo, por volta da hora do almoço. “Chegaram quatro amiguinhos perguntando por ele. Aí, eles começaram a chorar e mostraram um vídeo com o meu irmão caído com o corpo para cima, com o rostinho para cima. Parece que não deu para ele se defender.” Os colegas contaram que houve correria e as pessoas levaram garrafadas.

Mateus dos Santos Costa, de 23 anos, era de Maracás, na Bahia, e tinha se mudado para São Paulo havia cinco anos em busca de oportunidades. Morava em Carapicuíba, na Grande São Paulo, e trabalhava vendendo produtos de limpeza de porta em porta. A cunhada do jovem, a empregada doméstica Silvia Ferreira, de 48 anos, diz que ele morava sozinho e não era frequentador assíduo do baile. “Era raro ele vir para cá (Paraisópolis). Em Carapicuíba, não tem nada. Aqui, tem tudo. Meu filho também gosta do DZ7 (baile funk que ocorria no sábado), é um divertimento”, disse ela, na delegacia do bairro.

A família não aprovava a presença dos jovens no baile. “A gente cansava de avisar para ele não ir para lá. Eu falo para meu filho, mas é maior de idade. Quando a gente fala para eles não irem, eles já foram”, diz.

Segundo a cunhada, Costa era um jovem trabalhador. “A ação da polícia foi uma imprudência. Não tem como entrar desse jeito em um lugar cheio de jovens.” Ela também questionou a morte por pisoteamento. “O atestado de óbito diz agente contundente. O que isso significa? Alguma coisa acertou ele.

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