O jornalista Waldo Domingos Claro morreu aos 81 anos no último dia 3, em Jaú, interior de São Paulo, sua cidade natal. Dos 40 anos de carreira, trabalhou três décadas no jornal O Estado de S. Paulo, na editoria de Internacional e na sucursal da Baixada Santista, no litoral, além de ter passado pelos jornais Gazeta Mercantil e Notícias Populares, dentre outros.
Solteiro, Claro não deixou filhos. Segundo o sobrinho Octávio Gonzaga Neto, o jornalista morreu às 5h40 após duas semanas de internação por causa de uma pneumonia. Fumante durante a maior parte da vida, já havia enfrentado câncer no pulmão e outros problemas de saúde. Ele foi enterrado no mesmo dia 3, no Cemitério Municipal de Jaú.
Descrito por Neto como “muito ativo politicamente”, Claro foi líder estudantil e apoiador da União Democrática Nacional (UDN). Nos últimos anos, foi crítico dos governos Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, assim como havia escrito textos críticos a João Goulart nos anos 1950.
Claro se aposentou nos anos 1990, década em que voltou a residir em Jaú. Entre 1995 e 2011, manteve uma coluna no jornal Comércio do Jahu, que encerrou as atividades em 2019. Além disso, publicou cinco livros, dentre eles A Semente e a Terra, sobre a cidade de Jaú.
Claro considerava Carlos Lacerda, David Nasser e Julio de Mesquita Neto como algumas de suas principais inspirações profissionais. No Estado, assinou texto pela última vez em 1992, na antiga seção Informática, em que noticiava o pioneirismo da informatização da rede de saúde de Santos. Após a aposentadoria, porém, continuou leitor do jornal, para o qual enviava comentários sobre acontecimentos e reportagens.
Neto descreve o tio como muito inteligente. Costumava se vestir formalmente, geralmente de terno e gravata. “Era uma pessoa muito culta, que foi consciente e justa até o final.”
Após sua morte, parentes publicaram um poema de Claro nas redes sociais. “Morrerei um dia. E o rio de sangue vivo/ Que violento corre em minhas veias/ Deitará nas praias das ideias que cultivo/ E, ao partir, sozinho e solitário/ Chorarei saudades infinitas/ Da vida que levei, do meu sudário…/ Deixarei campanhas, amigos e o grito/ Razões primeiras de uma existência breve/ Quando, sozinho, partir para o infinito”.