A Agência Nacional do Cinema (Ancine) abriu uma consulta pública sobre a obrigatoriedade legal da meia-entrada e todos os impactos que pode gerar no mercado exibidor.
A participação dos ingressos na categoria inteira nas receitas das redes cai há três anos e quase 80% de todos os ingressos vendidos no ano passado tiveram preço de meia-entrada.
Segundo a repórter do Estadão, Anne Warth, o Ministério da Economia já se manifestou em defesa da extinção de todas as regras que garantem este benefício. A discussão estará aberta para contribuições até o dia 13 de agosto.
Com base nas informações cedidas pelo Sistema de Controle de Bilheteria (SBC), a Ancine descobriu que a venda de ingressos na categoria inteira, caiu de 30% em 2017 para 21,6% no ano passado. Aproximadamente 60% das meias-entradas estavam ligadas às diversas leis que existem no país sobre o tema.
O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, considera que a análise da Ancine é tendenciosa, mas ressalta que todas as informações deixam claro que as legislações não são devidamente cumpridas, possibilitando fraudes.
Já Fernando Capez, secretário de Defesa do Consumidor e diretor do PROCON-SP não apoia o fim da meia entrada, afirmando que a acessibilidade deve continuar.
Na avaliação do ex-secretário de Política Econômica e presidente do INSPER, Marcos Lisboa, se o estado quiser dar benefícios, deve pagar pelo subsídio com recursos do orçamento.
O diretor da Abraplex, Antonio Carlos Silva, as leis de meia-entrada funcionam como um imposto extra e, sem ela, o preço do ingresso cheio poderia cair.