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Microchips tornam possível pagamento com a mão

Foto: Divulgação/Walletmor

A primeira vez que um microchip foi implantado em um ser humano foi em 1998, entretanto, somente nos últimos anos a tecnologia pode ser comercializada. Hoje, esses chips permitem realizar um pagamento usando apenas a mão.

Em 2021, a empresa anglo-polonesa Walletmor foi a responsável pela comercialização dos chips de pagamento implantáveis. Segundo ela, a implantação da tecnologia é completamente segura, regularizada e eles funcionam imediatamente após o procedimento.

A Walletmor afirma que atualmente mais de 500 chips foram vendidos, custando cerca de 229 dólares. Apesar de muitos acharam terrível a ideia de ter um chip em ser corpo, cada vez mais pessoas têm sido adeptas a essa forma de pagamento revolucionária.

Pesquisas apontam que de 4 mil pessoas no Reino Unido e na União Europeia, 51% considerariam a realização do implante. O holandês Patrick Paumen, de 37 anos, já não usa mais dinheiro ou cartão para pagar suas compras. Ao invés disso, ele coloca a mão esquerda perto do leitor de cartão e o pagamento é realizado.

Em 2019, ele teve um microchip de pagamento injetado sob a pele e desde então, surpreende a todas sempre que faz algum pagamento. “As reações que recebo dos caixas são impagáveis”, diz Paumen. Segundo o holandês, o procedimento dói tanto quanto um beliscão na pele.

Foto: Divulgação/Patrick Paumer

O microchip da Walletmor pesa menos de um grama e é um pouco maior que um grão de arroz. A tecnologia é composta por um minúsculo microchip e uma antena envolta em um biopolímero.

De acordo com o fundador e presidente-executivo Wojtek Paprota, o chip é totalmente seguro, tem aprovação regulatória e funciona imediatamente após ser implantado. Também não requer bateria ou outra fonte.

Paumen afirma que não há com o que se preocupar. “Os implantes de chip contêm o mesmo tipo de tecnologia que as pessoas usam diariamente”, diz ele, “desde chaveiros a destrancar portas, cartões de transporte público como o cartão Oyster (do transporte público de Londres) ou cartões bancários com função de pagamento sem contato.”

Porém, muitos se preocupam com o fato de no futuro esses chips se tornarem cada vez mais avançados e cheios de dados privados de uma pessoa. Além disso, muitos têm medo se essas informações estão seguras ou se uma pessoa pode de fato ser rastreada.

A especialista em Tecnologia Financeira, Theodora Lau, reconhece o potencial revolucionário dos chips, mas recomenda que haja cautela. “Onde traçamos a linha quando se trata de privacidade e segurança? Quem protegerá a infraestrutura crítica e os humanos que fazem parte dela?”.

Já Steven Northam, professor de Inovação e Empreendedorismo da Universidade de Winchester e fundador da empresa britânica BioTeq, acredita que não há justificavas para as preocupações. Segundo ele “essa tecnologia é usada em animais há anos. São objetos muito pequenos e inertes. Não há riscos”.

A BioTeq fabrica o mesmo tipo de chip desde 2017, entretanto, com finalidade diferente. O implante de Northam é usado por pessoas com deficiência, para que consigam abrir portas automaticamente.

TECNOLOGIA DOS CHIPS

A tecnologia usada nos chips da Walletmor é a mesma usada em sistemas de pagamento por aproximação em smartphones, chamada comunicação de campo próximo ou NFC.

A leitura desses microchips é limitada por uma bobina de antena presente no implante. Desse jeito, somente quando eles estão dentro do campo magnético do leito NFC o pagamento é efetuado.

Pessoas que aderem a esses implantes são chamadas de “biohackers”, ou seja, quem coloca partes tecnológicas em seu corpo para aprimorar o seu desempenho como ser humano.
Patrick Paumen é um dos que se caracteriza dessa forma, contando com 32 chips já implantados, entre eles alguns para abrir portas bem como ímãs embutidos.

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