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Meu filho tem Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD) e agora?

Então a criança discute por ´qualquer coisa´, não aceita os argumentos dos demais, ainda que tenham toda didática e paciência do mundo para explica-los e ainda que sejam corretos, perde a paciência com facilidade, se indispõe com colegas, professores e/ou até familiares, apresenta grande dificuldade em reconhecer que errou e se desculpar. Diante deste cenário, pais, tios, professores, amigos dos pais, começam a se ‘incomodar’ e a buscar respostas, pesquisar, conversar com outras pessoas, na esperança de encontrar um caminho, pois broncas, castigos, ameaças, retirar vídeo-game, futebol, ballet, etc não têm sido eficientes e surtido efeito desejado, ao contrário, parece que a criança, além de ‘achar uma saída’ para o castigo, fica ainda mais forte e durona em seus posicionamentos e em suas opiniões.

Não raras vezes o quadro evolui para respostas intempestivas, agressivas, denotando uma ausência de controle emocional da criança, deixando quem está ao seu redor, sem ação.
Com o passar do tempo, as ações recorrentes, as dificuldades de relacionamentos constantes, as ‘brigas’ e discussões que ocorrem com uma frequência cada vez maior vão levando esta criança a viver uma situação de ‘isolamento’ frente aos amigos e colegas, que não querem mais brincar com ela, que querem ficar em grupos distintos, que falam abertamente: ‘eu não gosto de ______, porque ele (a) sempre briga, bate ou discute’.

Algumas vezes, pode ocorrer de serem deixadas de lado de eventos sociais (aniversários, passeio dos amiguinhos, pique-nique da turma, festinha do condomínio, dentre outros), causando, além de sofrimento, mágoa e tristeza, o isolamento social.

Neste ponto, pais e familiares já se mostram muito tensos e em desespero para reverter tal situação, pois o sofrimento é crescente e o medo de que este aumente cada dia mais é recorrente.
“Os nossos pais amam-nos porque somos seus filhos, é um fato inalterável. Nos momentos de sucesso, isso pode parecer irrelevante, mas nas ocasiões de fracasso, oferecem um consolo e uma segurança que não se encontram em qualquer outro lugar.” Bertrand Russell.

Neste desespero, começam a buscar respostas, começam a conversar na escola, conversam com os pais de amiguinhos, com avós, tios, vizinhos… Até que vão ao médico pediatra e saem com a possibilidade do diagnóstico do TOD!

Parece que o chão se abre embaixo dos pés, falta o ar, rosto pega fogo, estômago revira, bate um medo e um desespero e depois vêm os porquês… Por que será que aconteceu isso? Mimamos demais? Fomos muito bravos? Faltou irmos mais à Igreja? Faltou irmos mais às reuniões de pais? Faltou comprarmos aquele vídeo-game ou aquela boneca cara? Foram nossas discussões em frente à criança? Reclamamos da falta de dinheiro perto dele (a), será que foi isso? Fomos nós? Ai Deus, que culpa!

Calma! Respirem! É um Transtorno, uma condição da criança, não há culpados, não há erros causadores do TOD, não foi falta de amor, excesso de amor, muito mimo, divergências de opiniões, não foi nada disso…

Mas é uma condição, causa sofrimento, causa dor, precisa ser tratada e cuidada. Não se pode minimizar o quadro, claro que também não se deve super-valorizar o TOD como se fosse esta uma sentença.

Vamos lá, passado o susto, conversem entre si, sigam a orientação do pediatra, procurem com urgência o atendimento psicológico e conversem com a equipe escolar.

O acompanhamento multidisciplinar da criança: Médico / Psicólogo / Escola irá ajudar a criança a melhorar a convivência com as pessoas ao seu redor, à medida em que estará medicada (se necessário), passará a se conhecer melhor e lidar com as consequências de seus comportamentos (isto ocorrerá em Psicoterapia e também na orientação de pais) e terá uma abordagem correta e diferenciada da escola (que contará com o auxílio dos pais e da equipe que cuida da criança em questão).

Encerro com uma reflexão impactante de Carl Yung: “Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta.”

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