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Megaoperação desmantela organização para o tráfico e prende integrantes de facção criminosa

Uma megaoperação que teve início na manhã desta quarta-feira (10) sob o comando do delegado William Marchi, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Limeira (SP) e da Delegacia de Cordeirópolis, desmantelou uma organização criminosa com forte atuação no tráfico de entorpecentes e também em outros crimes patrimoniais. A atividade ocorreu em diferentes cidades e contou com a participação da Polícia Militar, com agentes inclusive da Força Tática e do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), da Guarda Civil Municipal (GCM) e outras divisões da própria Polícia Civil, como a Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise), o Grupo de Operações Especiais (GOE) e o Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra). Cães farejadores e o helicóptero Pelicano, da Polícia Civil, também foram usados. A operação foi nomeada “Sintonia”.

O inquérito que resultou na operação de hoje tem pelo menos 20 pessoas investigadas. Pessoas envolvidas no tráfico de entorpecentes, sobretudo de Limeira e Cordeirópolis, são monitoradas pelos investigadores e, no decorrer das operações, os policiais descobriram ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Entre os investigados está J.J.N., vulgo “Chocolate”, que está preso por tentativa de homicídio ocorrida em Cordeirópolis. Na investigação do crime, os investigadores descobriram a atuação do PCC no tráfico em Cordeirópolis, sobretudo no Pátio da Estação. Além disso, descobriram o envolvimento de outros integrantes da facção e também o forte aliciamento de menores.

Embasado na apuração, Marchi pediu à Justiça dezenas de mandados de busca, apreensão e de prisão de pessoas que residem em Limeira, Cordeirópolis, Araras, Santa Gertrudes e Rio Claro. O juiz José Henrique Oliveira Gomes, da Vara Única de Cordeirópolis, expediu os mandados e todos foram cumpridos hoje, na atividade que começou por volta de 4h.

Durante o cumprimento dos mandados, houve prisões em flagrante e apreensão de arma de fogo, tabletes de entorpecentes, dinheiro, celulares e documentos com anotações ligadas ao tráfico que serão analisados pelos policiais civis. Num dos imóveis, mais de R$ 16 mil foram apreendidos pelos policiais. Entre os presos, está um acusado de forte atuação no tráfico de drogas, identificado como A.B., vulgo “Andinho”.

FACÇÃO CRIMINOSA E ALICIAMENTO DE MENORES
O inquérito policial principal que resultou na operação de hoje apura associação para o tráfico de drogas. No decorrer da apuração, como ficou evidente a participação de integrantes do PCC, um novo inquérito foi aberto para apurar, desta vez, organização criminosa.

O Ministério Público (MP), por meio do promotor Hélio Dimas de Almeida Junior, já ofereceu denúncia por essa modalidade de crime contra nove pessoas: “Chocolate”; A.A.P., vulgo “Jet Rio Claro”; D.F.S., vulgo “Gordão”; E.C.A, vulgo “Mateus do Caixote”; N.J.S, vulgo “Bob”; R.D.M., vulgo “Bochecha”; W.F.S.S, vulgo “Vinicius”; R.A.S., vulgo “Japa”, e M.R.F., vulgo “Perturbado”.

Na denúncia, o promotor cita que o bando, além de se organizar para o crime, recruta adolescentes para as empreitadas criminosas, como também fornece armas para delitos por eles praticados, atuam como receptadores de produtos que são trocados por drogas e integram a organização criminosa PCC, com o objetivo de praticar diversos outros delitos, entre os quais homicídios e “tribunais” do crime.

No decorrer das investigações, um adolescente apreendido por roubo no dia 30 de março confessou aos agentes da lei que “Chocolate” havia lhe emprestado a arma de fogo para ser usada na empreitada criminosa.

REPRESENTAÇÃO CONTRA OS ADOLESCENTES
A partir da informação sobre aliciamento de menores, a Polícia Civil fez a identificação de cada adolescente e o promotor Luiz Alberto Segalla Bevilcqua representou pela apreensão de 11 adolescentes tidos como menores infratores. À Vara da Infância e Juventude, o promotor pediu a apreensão dos menores.

Na representação, o promotor cita que os adolescentes foram recrutados por membros do PCC para a realização do comércio ilícito de entorpecentes em Cordeirópolis, sobretudo no Pátio da Estação. “Os adolescentes aceitaram tal encargo e, assim ajustados, passaram a ser os responsáveis pela distribuição de entorpecentes no referido lugar, que eles chamavam de ‘Loja’. Eles fomentavam o tráfico de drogas nesta cidade, comercializando entorpecentes no Pátio da Estação e em outras áreas por meio de ligações telefônicas e aplicativos de mensagens usados em aparelhos celulares. […]Tamanha era a organização do esquema que os adolescentes revezam turnos no Pátio da Estação para a venda das drogas, o que era feito, via de regra, sob o comando dos imputáveis cujas alcunhas são ‘Chocolate’ e ‘Bochecha’, ambos com estreita ligação com o PCC”, cita o promotor na representação.

Alguns dos adolescentes citados na representação eram alvos da operação feita hoje. O volume de objetos apreendidos ainda é contabilizado pela Polícia Civil.

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