A Justiça dos Estados Unidos condenou o médico Jennings Ryan Staley à prisão por contrabandear hidroxicloroquina e inserir o medicamento em ‘kit covid’ que ele revendia como uma ‘cura’ para a doença.
Staley deve ficar preso por 30 dias e depois passará um ano em prisão domiciliar. A eficácia do medicamente contra o coronavírus nunca foi cientificamente provada.
Em 2021, o médico se declarou culpado pelo crime de importação ilegal e confessou que tentou contrabandear um barril com 11 quilos de pó de hidroxicloroquina com o rótulo “extrato de inhame”.
Além disso, Staley revelou que vendia o pó de hidroxicloroquina em cápsulas como uma parte do empreendimento de vendas de “kits de tratamento” no início da pandemia, em 2020. O processo ainda aponta que o médico buscou por investidores para a sua revenda com promessas de “triplicar o seu dinheiro em 90 dias”.
Segundo a Justiça dos EUA, em seu acordo de confissão, Staley descreveu seus produtos como uma cura “cem por cento”, uma “bala mágica”, uma “arma incrível” e “quase bom demais para ser verdade”.
Um agente do FBI se passou por um cliente interessado em conversar com Staley e pagou US$ 4 mil pelos “kits de tratamento” com hidroxicloroquina. O médico disse ao agente que o kit era uma cura de 100% e “quase boa demais para ser verdade”, dando imunidade por seis semanas.
Durante sua confissão, o médico disse que as falas “de impacto” eram importantes para seus clientes, além disso, ele se responsabilizou por usar a profissão como meio de executar seu esquema ilegal.
“Staley também admitiu que impediu deliberadamente e procurou obstruir a investigação federal sobre sua conduta mentindo para agentes federais. Especificamente, quando entrevistado pela polícia, Staley negou falsamente ter alegado que seus ‘kits de tratamento’ eram uma ‘cura cem por cento eficaz’, acrescentando que ‘isso seria tolice’”, afirma a Justiça dos EUA.
Além da prisão, o juiz Gonzalo P. Curiel, responsável pelo processo, exigiu que Staley pagasse uma multa de US$ 10 mil (R$ 47,5 mil). O juiz ainda ordenou a retenção de bens financeiros do condenado no valor de US$ 4 mil, como estorno pelo valor gasto na investigação pelo agente disfarçado do FBI.
O juiz também mandou apreender mais de 4.500 comprimidos de diferentes tipos, sacos com pílulas vazias e uma máquina para encher os comprimidos.