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“Mas é preciso ter força, é preciso ter raça, é preciso ter gana, sempre!”

O ano? 1929. A idade? 13 anos! 13 anos, senhoras e senhores, uma pequena notável, destemida e de coração cheio de amor ao próximo, passou a acolher em sua casa mendigos e doentes, transformando a residência da família em um centro de atendimento. Em pouco tempo a casa ficou conhecida como “A Portaria de São Francisco”. Sim, falamos de uma mulher notável, destemida, firme em seus princípios e em seu senso de justiça, firme ao abraçar o amor ao próximo, sim, falamos de Irmã Dulce, a primeira Santa Brasileira, canonizada hoje.

Em 1935, Irmã Dulce dava assistência à comunidade pobre de Alagados e começava também a atender operários que eram numerosos naquele bairro e em 1936 criou a União Operária São Francisco. Em 1937 fundava, juntamente com Frei Hildebrando Kruthaup o Círculo Operário da Bahia e em maio de 1939 inaugurava o Colégio Santo Antônio, escola pública voltada para operários e filhos.

Aos 23 anos de idade, portanto, a jovem Irmã Dulce (nome que adotou quando recebeu o hábito de freira das Irmãs Missionárias, em homenagem à sua falecida mãe) já estava completamente imersa em uma vida de amor e de dedicação ao próximo, ao menos favorecido, ao mais necessitado. (Fonte: irmadulce.org.br)

Nunca usou nada em seu favor, sempre se doou e doou a quem menos tinha e tanto precisava. Investiu e dedicou tempo, recursos, orações e vida aos pobres.

Ela costumava dizer que “as pessoas que espalham amor, não têm tempo nem disposição para jogar pedras.”. E como estava certa! Como está certa ainda nos dias de hoje! Como é justa e merecida sua canonização! Seguiu à Bíblia e seus Santos ensinamentos: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos.” São João, 15:13

E assim ela viveu sua vida! 77 anos de vida dedicados ao amor ao próximo! Uma vida dedicada aos menos favorecidos, guiada pelo amor e pelo cuidado! Destemida! Doce! Não desanimou frente aos desafios, fez história, marcou muitas vidas, que talvez só existam hoje em dia, por causa de seu amor. Assim conta, por exemplo, Paulo Coelho, que em 1967, com apenas 19 anos, fugiu com a roupa do corpo, do hospital psiquiátrico em que estava internado em Salvador. Estava sem dinheiro e sem ter o que comer. Dormia na rua. Segundo ele: “Irmã Dulce me ajudou a levantar.” Ele conta que após receber sopa nas Obras Sociais da Irmã Dulce, dirigiu-se a ela e lhe pediu dinheiro para passagens de ônibus para o Rio de Janeiro. A freira baiana escreveu um bilhete com o pedido, que ele trocou no guichê da rodoviária pelas duas passagens e enfim tomou o rumo de casa. Dizia o bilhete com o carimbo das Obras Sociais e assinado pelo “Anjo Bom”, em 21 de julho de 1967: “Estes 2 rapazes pedem um transporte grátis até o Rio”.

Paulo Coelho conta: “Eu estava literalmente passando fome há dias, doente, perdido em Salvador. Tinha fugido de um sanatório psiquiátrico onde fora internado por meus pais. Vaguei sem rumo pelas ruas da cidade sem um centavo no bolso, até que alguém me disse que havia uma freira que poderia me ajudar. Fui a pé até a casa da freira. Juntei-me às muitas pessoas que estavam ali em busca de socorro, chegou minha vez, e de repente estava frente a frente com ela. Perguntou o que eu queria – e a resposta foi simples: “Não aguento mais, quero voltar para casa e não tenho como”. Ela não fez mais perguntas. Pegou um papel em sua mesa, escreveu “vale um bilhete de ônibus até o Rio”, assinou, e pediu que fosse à rodoviária com ele e mostrasse a qualquer motorista. Achei uma loucura, mas resolvi arriscar. O primeiro motorista que leu o que estava escrito no papel mandou que eu embarcasse. Isso era o poder daquela freira: ‘uma autoridade moral que ninguém ousava desafiar’, trecho exclusivo para o livro ‘Irmã Dulce, a santa dos pobres’. (Fonte: Correio Brasiliense)
E por que a canonização de Irmã Dulce é tão importante? Porque nos mostra o amor, a dedicação, o olhar caridoso a quem mais necessita. Porque nos faz refletir em nossas ações e nossa relação com o próximo carente, com o próximo necessitado e menos favorecido.
Encerro esta coluna de hoje com um convite a reflexão e, quem sabe, a uma mudança de olhar a quem precisa de ajuda, a quem nada tem, de nossa Santa: “Miséria é a falta de amor entre os homens.” – Irmã Dulce

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