Dezenas de cristãos se reuniram nesta quinta-feira (12), nas cidades de Araras e Piracicaba, numa marcha contra a descriminalização do aborto – interrupção voluntária da gravidez, nas primeiras 12 semanas de gestação. A marcha aconteceu em outras localidades também.
Essa discussão foi provocada no STF (Supremo Tribunal Federal) pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), autor da ação, e chegou a ser objeto de audiência pública em 2018 convocada pela ministra Rosa Weber. O objetivo era debater o tema com especialistas e representantes de entidades governamentais e da sociedade civil.
A ministra é a relatora da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, que começou a ser julgada na madrugada recentemente, em sessão virtual, mas o julgamento foi suspenso por pedido de destaque do ministro Luís Roberto Barroso, e, com isso, prosseguirá em sessão presencial do Plenário, em data a ser definida.
Em Piracicaba (SP), o grito da marcha foi “vida sim, aborto não”, onde a maioria dos participantes levavam balões brancos e usavam camisetas ou carregavam bandeiras do Brasil. Fernando Favoretto, 50 anos, coordenador regional do MCCP (Movimento Cristão de Conscientização Política),em favor da vida, disse que há um mês começou a colher assinaturas, de pessoas que são contra a ADPF 442.
“Nosso posicionamento principal é colher assinaturas, pedimos apoio à Câmara de Vereadores. Esse dia de hoje é uma movimentação da marcha da família no Brasil”, destacou. O deputado estadual Alex Madureira (PL) disse que apoia qualquer movimento que vá contra a legalização ou a descriminalização do aborto.
“O principal motivo para esse evento aqui, hoje, é que nós todos estamos contra a invasão do judiciário no legislativo e no executivo. Nós temos hoje leis, no Brasil, que permitem que o aborto seja feito em três situações: de hidrocefalia, estupro e má formação do feto. Nessas três situações, o aborto já é legal no Brasil. A nossa intenção aqui é levantar um clamor, uma bandeira, isso não está sendo feito só em Piracicaba, para que a gente possa demonstrar a insatisfação das pessoas com a invasão, muitas vezes, do judiciário no legislativo e no executivo. Mudar leis é papel da Câmara Federal, Senado Federal e não do judiciário”.
Araras – Nesta cidade, a Marcha aconteceu na praça Barão de Araras, no Centro da cidade. e foi organizada pela ICPI (Igreja de Cristo Pentecostal Internacional cuja presidência convidou todos os cristãos da cidade, que crêem na vida, independente de serem evangélicos ou não.
Assim como foi em Piracicaba, a Marcha de Araras estava bem organizada, pacífica e foi realizada com muito respeito. com o slogan “Deixem Nossas Crianças em Paz”, alguns participantes do evento carregaram urnas mortuárias pequenas.
Primeiro houve um miniculto, em adoração a Deus, e depois teve início a marcha. Para o pastor Paulo Davi, o movimento é contra o aborto porque a vida começa na concepção. “A Palavra de Deus diz, tanto no velho quanto no novo testamento, que Deus nos escolhe desde o ventre da nossa mãe”.
Para a missionária Maria, que também é vereadora em Araras