Cerca de 31,5 milhões de crianças menores de 13 anos usaram algum serviço de Atenção Primária à Saúde oferecido pelo SUS, o Sistema Único de Saúde neste ano. Entre eles, estão atendimentos médicos, exames de laboratório e de imagem, vacinação, reabilitação e outros tratamentos.
O número representa 82,9% das 38 milhões de crianças nesta faixa etária estimadas no Brasil no segundo trimestre de 2022, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística foi a campo coletar dados sobre a Atenção Primária à Saúde para a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, a Pnad Contínua.
No questionário aplicado, os responsáveis pelas crianças que usaram o SUS avaliaram que os serviços estão aquém do considerado satisfatório. Em uma escala de 0 a 10, a nota foi 5,7, abaixo dos 6,6, considerado o padrão-mínimo de qualidade.
Os dados da pesquisa divulgados nesta quarta-feira (21) mostram também que é preciso melhorar a forma como os responsáveis foram recebidos nas unidades de saúde e o trabalho da equipe para a solução do problema da criança.
Na avaliação da coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, ter uma boa atenção primária à saúde traz benefícios gerais à sociedade e específicos para o sistema de saúde, seja na gestão ou no custo.
Ela ressalta que a pesquisa indica um importante alcance do serviço da atenção primária para a saúde infantil, uma vez que cerca de 83% das crianças na faixa etária considerada tiveram algum atendimento.
De acordo com Adriana, como os dados se referem aos atendimentos feitos entre o segundo trimestre de 2021 e de 2022, a pandemia de covid-19 pode ter impactado o serviço. Mas que, mesmo diante desse cenário, os dados indicam que o SUS permaneceu ofertando algum serviço de atenção primária para mais de 80% da população infantil do país.
Esse serviço é considerado a porta de entrada do Sistema, quando as pessoas que buscam os serviços de saúde são cadastradas e passam a ser acompanhadas.
No Brasil, a Atenção Primária à Saúde é desenvolvida em todos os municípios, preferencialmente por equipes de saúde da família, formadas por pelo menos um médico, um enfermeiro e um técnico de enfermagem.