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Magazine Luiza compra Netshoes: o que isso significa para o e-commerce brasileiro?

Depois de passar semanas disputando a aquisição da Netshoes com a Centauro, o Magazine Luiza ganhou o deal, e concluiu o processo de aquisição da Netshoes. A Magalu adquirirá a integralidade das ações de emissão da Netshoes pelo preço de US$ 3,70 por ação, totalizando aproximadamente US$ 115 milhões, um valor final 85% maior do que o oferecido inicialmente pela varejista.

Em resumo, apesar da Centauro ter sido uma pedra de US$ 62 milhões no caminho da Magalu, ainda assim a rede varejista comprou a Netshoes por 1/5 do valor de mercado que a empresa tinha há dois anos atrás, quando abriu capital na bolsa de Nova York e tinha valor de mercado de US$ 558,5 milhões.

De acordo com a SBVC – Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, o Magazine Luiza é o 3º maior e-commerce no Brasil, com faturamento em 2017 de R$4,35 bilhões, ficando atrás apenas de B2W e Via Varejo, e possuía cerca de 18 milhões de consumidores: Mas o que essa aquisição significa para o e-commerce brasileiro?

1. Com a compra da Netshoes, o Magazine Luiza torna-se líder no varejo online de roupas, calçados e artigos esportivos, agregando 250 mil itens ao seu portfólio, além das marcas Zattini, Shoestock e Free Lace. Sua base de consumidores salta para 25 milhões, um incremento de mais de 7 milhões de clientes.

2. O faturamento do Magazine Luiza no e-commerce somado ao faturamento do grupo Netshoes (cerca de R$1,9 bilhões em 2017) matematicamente colocaria o Magazine Luiza na posição de segundo maior e-commerce do Brasil;

3. A Netshoes, que amargou prejuízo de mais de R$90 milhões em 2018, passa a contar com toda a estrutura multicanal da Magazine Luiza (loja online, marketplace, lojas físicas), e seus produtos poderão ser vendidos por canais digitais e entregues diretamente ao cliente em qualquer uma das suas lojas físicas espalhadas por 17 estados do Brasil. Potencialmente, esta nova estrutura de canais de venda pode reverter o quadro de prejuízo neste negócio;

4. Agora, o Magazine Luiza torna-se líder do segundo maior segmento do e-commerce brasileiro em volume de pedidos;

5. Com o aumento da base de consumidores para 25 milhões de clientes, o Magazine Luiza passa a se relacionar com aproximadamente 42% dos e-consumidores no Brasil;

6. Este aumento da base de clientes certamente vai potencializar o share da Magazine Luiza nas categorias core da empresa que, por um “acaso”, são as cinco maiores categorias do e-commerce no Brasil em faturamento (Eletrodomésticos, Telefonia/Celulares, Casa e Decoração, Informática, Eletrônicos);

Este tipo de estratégia inteligente adotada por Frederico Trajano, CEO da Magazine Luiza desde janeiro de 2016, explica como as ações da companhia valorizaram mais de 10.900% (isso mesmo, mais de 10.900%). Quando Frederico assumiu a presidência da companhia, as ações do grupo varejista (MGLU3) valiam apenas R$1,80. Apenas três anos depois, a mesma ação vale a bagatela de R$ 211,57.

Incrível, não é mesmo? Isso significa que, se você tivesse deixado de ir num bom restaurante japonês no início de 2016, investisse míseros R$100 em ações da Magazine Luiza, e tivesse eventualmente esquecido deste investimento irrisório, hoje você teria pouco mais de R$11.750.

Para deixar a brincadeira mais interessante, pense agora em um investimento de cerca de R$10 mil – pois bem, hoje teria mais de R$1 milhão.

*Diogo Lupinari é CEO da Wevo

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