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Mãe denuncia preconceito contra filha autista dentro de ônibus em Limeira

Arquivo Pessoal

Uma criança de três anos que reside em Limeira venceu ontem (26) uma barreira imposta pelo Transtorno de Espectro Autista (TEA): entrou pela primeira vez em um ônibus do transporte coletivo. Mas o que era para ter sido um dia de superação, se transformou em dor porque a barreira do preconceito não foi superada.

A mãe da menina, Sirlene Romero, fez um desabafo em um grupo de familiares de pessoas com TEA criado pelo deputado estadual Murilo Félix (Podemos) e pediu ajuda para que mais nenhuma pessoa passe pelo que a filha passou. “O autista tem muita dificuldade de socialização, mas minha filha havia superado esse desafio e entrou normalmente no ônibus. Estava tão calma que começou a cantar uma música infantil”, conta. Mas foi exatamente essa espontaneidade da menina que provocou a reação de uma mulher que usava o transporte coletivo. “Ela começou a gritar para eu fazer minha filha parar de cantar”. Nem mesmo quando Sirlene alegou que a criança é autista, a passageira incomodada com a música mudou de conduta. “Pelo contrário. Ainda mais alterada, ela disse que não importava, que ela havia pagado a passagem dela”. 

No meio da confusão, a criança começou a ficar extremamente nervosa, a mãe em prantos e outros passageiros indignados. “Foi horrível. Minha prioridade naquele momento foi tentar acalmar minha filha, mas eu mesma estava em prantos”. De acordo com a mãe, uma passageira alertou o motorista, que teria decidido prosseguir o caminho até o terminal urbano para acionar o fiscal, mas sem paradas em novos pontos pelo trajeto. “Pelo que conversei com a mãe, a menina teve uma crise aguda depois em casa. Se jogou no chão, se bateu inúmeras vezes, vomitou, dentre outras reações impostas não pelo autismo necessariamente, mas pelo preconceito e despreparo da sociedade para conviver com as diferenças”, declara Murilo Félix. 
“Trouxe essa situação humilhante à tona porque sei a dor que passamos e sei do trauma que isso representa para uma criança autista, que estava avançando em seu tratamento e agora pode retroceder”.

Além do grupo criado pelo deputado Murilo Félix com 90 participantes, ela expôs a situação nas redes sociais e fez boletim de ocorrência.
O parlamentar repudiou a conduta da passageira que agiu com preconceito e discriminação e reiterou seu compromisso de lutar pelos autistas não somente com recursos, mas também com ações pautadas pelos relatos de familiares, como esse. “Isso é inaceitável, dói saber, dói imaginar o que essa mãe e essa criança passaram naquele momento”, declara.

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