A arquibancada principal do Estádio Major José Levy Sobrinho voltou a ficar bonita. O local ganhou uma nova pintura nesta semana. O enorme Inter escrito na geral pelo torcedor Tigrão estava apagado e fazia tempo que não recebia uma nova mão.
Com o tempo e em razão das chuvas, a arquibancada ficou suja e com uma aparência escura, que não era das melhores, principalmente para quem assiste os lances dos jogos pela televisão. Agora, o Inter chama a atenção pela cor branca que recebeu. Parece que o Limeirão ganhou vida. O Leão terá mais três jogos em casa no Campeonato Brasileiro da Série D: CRAC, Ferroviária e Patrocinense.
Bomba
Em entrevista ao Pimba nos Esportes da Rádio Melhor, o presidente Danilo Maluf lamentou o incidente causado no Limeirão. Uma bomba foi atirada em direção a um grupo de autistas na saída do estádio após a goleada sofrida para o XV de Piracicaba por 6 a 3, pela Série D do Campeonato Brasileiro.
Assustados, eles não quiseram mais ir ao Major Levy nos jogos seguintes. A média que era de 300 autistas caiu para apenas 10 no último jogo, contra o Operário/MS.
Maluf está ainda mais inconformado com o incidente, até porque esse artefato explosivo teria sido atirado por um conselheiro da própria Inter. Segundo o dirigente, tem imagem de uma câmera de segurança.
“Isso é covardia e ignorância. Tudo tem limite. Não admito que façam alguma coisa com eles. Os pais estavam juntos, curtindo o estádio. Até agora eles não entenderam o que aconteceu. Algumas crianças não apareceram mais lá. O Limeirão se tornou um lugar barulhento para eles. Não gostaram mais de ir lá. No último jogo eu fiz questão de ir até os que foram ao jogo. Dei guaraná, lanche e conversei com eles. Queria que eles se sentissem à vontade. Jogue bomba em mim, não nos autistas. Quer dar um tiro na janela da sala da presidência, fique a vontade. Mas não mexam com eles. Isso não existe. Se eu tentar explicar isso para alguém, ninguém vai entender”, desabafou.
Danilo confirmou que vetou a principal torcida organizada leonina de conversar com os jogadores da Inter antes do jogo contra o XV de Piracicaba.
“Não tinha necessidade para isso. Eu não acho depois da invasão do vestiário contra o Água Santa, no Paulistão, quando fomos multados em R$ 10 mil, hoje isso não acrescenta mais. Eles queriam falar da importância do duelo contra o XV. Isso eu falei para eles. Não precisa esse grupo de torcedores falar. Ninguém veio da Malásia para cá. Os atletas sabem da rivalidade. Aqui hoje é profissional. Ninguém vai entrar no seu ambiente de trabalho para falar com você. Até consultei o Júnior Rocha. Na hora ele falou que estava sem tempo, pois estava estudando o adversário e resolvendo problemas. Ninguém começou jogar futebol ontem”, completou.