Os juros futuros operam com viés de alta na manhã desta quarta-feira, 6, em meio as incertezas sobre a votação da reforma da Previdência na semana que vem, mas o ajuste desacelerou um pouco em sintonia com o dólar.
No câmbio, a moeda norte-americana começou o dia com sinal positivo, mas rapidamente o dólar futuro de janeiro passou a cair, enquanto o dólar à vista desacelerou o ganho intraday, refletindo ajustes ao fechamento anterior.
Às 9h35 desta quarta, o DI para janeiro de 2019 estava em 7,04%, mesma taxa do ajuste de terça-feira, 5. O DI para janeiro de 2020 subia a 8,30%, de 8,28% no ajuste da véspera. E o DI para janeiro de 2021 avançava a 9,21%, de 9,18% no ajuste anterior. No câmbio, o dólar à vista subia 0,14%, aos R$ 3,2403. O dólar futuro de janeiro caía 0,06%, aos R$ 3,2475.
Os agentes de renda fixa aguardam ainda o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), que será conhecido no fim da tarde desta quarta. De acordo com as 67 expectativas da pesquisa do Projeções Broadcast, o juro deve cair em 0,50 ponto porcentual, para a mínima histórica de 7,00%. A expectativa é de que o comunicado traga pistas sobre se a Selic continuará a cair no início de 2018.
Também segue no radar o corpo a corpo do governo para fazer passar a reforma da Previdência no plenário da Câmara. O presidente Michel Temer está reunido em café da manhã com líderes da base aliada e à tarde a executiva nacional do seu partido, o PMDB, se reúne para decidir se a legenda fechará questão a favor da reforma (16h). A força-tarefa prossegue à noite com jantar oferecido por Temer com os presidentes dos partidos no Palácio da Alvorada.
O PSDB também se reúne nesta quarta para falar sobre a reforma, mas o líder tucano na Câmara, Ricardo Tripoli (SP), disse que a bancada não terá uma posição oficial sobre o assunto enquanto o dia da votação na Casa não for marcado.
A expectativa do relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) é votar a matéria no dia 12, próxima terça-feira, e deixar para a semana seguinte a votação em segundo turno.
O governo calcula que faltam 56 votos para alcançar o mínimo de 308 necessários para aprovação da reforma da Previdência e espera contabilizar os votos que precisa até o fim desta semana. Governistas dizem, porém, que só querem votar a proposta quando tiverem cerca de 330 votos garantidos.