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Inter de Limeira avança nos pênaltis e está a quatro jogos da Série C

Rick Nogueira

Um mata-mata já foi. Agora restam mais dois para o maior sonho da Internacional na temporada ser concretizado: o almejado acesso para a Série C do Campeonato Brasileiro.

Uma das partidas mais nervosas da história da Internacional aconteceu no sábado. Um teste para cardíaco nenhum botar defeito. O Leão precisou dos pênaltis para eliminar o Avenida/RS e avançar para a terceira fase da Série D. No tempo normal o duelo terminou empatado por 1 a 1.

Como os times vinham de um empate sem gols no jogo de ida em Santa Cruz do Sul, quem vencesse, passava de fase.

A Inter vinha com o retrospecto de nove vitórias, um empate e apenas duas derrotas em 12 jogos em casa nesta temporada. Além disso, tinha marcado gols em todos os jogos no Major Levy.

O Avenida não vinha de um bom retrospecto como visitante, sofrendo gol em todos os jogos fora de casa.

O técnico Felipe Conceição optou pelo 3-5-2. Sem o zagueiro Lucas Rocha, vetado com uma lesão na coxa, o comandante deslocou Eduardo Porto para jogar ao lado de Diego Jussani e Alysson Dutra na zaga e escalou Williams Bahia na lateral-direita.

Conceição também escalou Rhuan desde o início e deu uma nova chance a Léo Lopes no ataque. Porém, errou ao insistir com o novato até a parte final do jogo. Isso irritou demais à todos no estádio.

A Inter enfrentava a cera do time gaúcho. A todo momento algum jogador do Avenida caía no gramado e pedia atendimento. O próprio árbitro começou a ficar irritado com o chamado antijogo.

A Inter começou bem demais, dominando as ações e pressionando. Porém a pontaria não estava boa, principalmente de Rhuan. O mais acionado era o meia Albano. O gol era uma questão de tempo.

Mas para a surpresa dos mais de quatro mil presentes, Felipe Conceição tirou Albano ainda no primeiro tempo. Segundo informações, o melhor jogador da Inter na competição jogou no sacrifício. Mas o próprio camisa 10 gostaria de ter continuado no jogo, pois não estava sentindo.

Para azar de Conceição, o meia Juninho entrou em seu lugar e ficou pouco tempo em campo. Em uma dividida no meio de campo, sofreu uma lesão na clavícula e precisou ser conduzido ao hospital. Lucas Café entrou em seu lugar e acabou se tornando um dos melhores jogadores da etapa complementar.

A Inter abriu o placar aos 25 minutos. Uma jogada envolvente que começou na defesa com Diego Jussani. O capitão abriu na esquerda para Leocovick. O ala cortou por dentro e serviu Marlon. O volante deixou de lado para Cesinha, que arrumou e mandou uma bomba de fora da área. Rafael Pin foi para a bola, mas ela entrou no cantinho esquerdo: 1 a 0. Foi seu segundo gol em 34 jogos pelo Leão.

Mas não deu tempo nem de comemorar. O Avenida desceu pela esquerda e após cruzamento para a área, Leocovick marcou contra: 1 a 1.

Aos 27, Alysson Dutra arriscou e Rafael Pin segurou. Aos 44 um susto. O ala César Nunes, do Avenida, recebeu pela esquerda de Tony Júnior e mandou cruzado para a defesa de André Luiz. Quase a bola passa por baixo do arqueiro.

Com Café em campo na etapa complementar, a Inter foi para cima. Aos 3, o atacante cruzou para a cabeçada de Eduardo Porto para fora. Aos 14, foi a vez de Café receber um levantamento de Alysson Dutra e cabecear forte para uma defesa espetacular de Rafael Pin.

Aos 20, André Luiz evitou aquele que seria o gol de Tony Júnior. Ótima defesa do papai do Théo. Mas Rafael Pin teria mais trabalho pela frente. Aos 26, pegou uma finalização cara a cara com Erick Luís e aos 28, segurou em seu canto esquerdo uma batida do volante Vinícius Amaral.

Os minutos finais foram tensos até demais. Quem fizesse, avançava. A Inter pressinou nos minutos finais, adiantando inclusive os zagueiros Diego Jussani e Alysson Dutra. Mas o jogo foi para as penalidades máximas.
A decisão por pênaltis foi extremamente nervosa, tudo por conta de um personagem: Lucas Café. Vocês vão entender porque.

O canhoteiro Alexandre, meia de 40 anos e calos brancos que entrou nos acréscimos só para bater, abriu a série para o Avenida e fez 1 a 0. Erick Luís empatou, contando com a ajuda do “morrinho artilheiro”.

Laion bateu e André Luiz defendeu. O volante Vinícius Amaral fez 2 a 1 para o Leão. O meia Gabriel Tonini mandou um tubaço no travessão. Só que o lateral Williams Bahia parou na defesa de Rafael Pin.

O Avenida voltou a perder, desta vez com o zagueiro Kevlyn, que parou na defesa de André Luiz. Se Lucas Café fizesse, acabava. Para a surpresa de todos, o atacante deu uma cavadinha, defendida por Rafael Pin. O Limeirão ficou mudo. Ninguém estava acreditando na falta de responsabilidade do jogador. Mas para sua defesa, todos disseram que ele treinou desta forma. Mas não se faz isso, ainda mais naquele momento.

O Avenida foi para a última cobrança e converteu com o zagueiro Micael. A Inter ainda teve uma nova chance para fechar a série, mas Rafael Pin acertou o canto e espalmou a cobrança forte de Diego Jussani.

Nas alternadas, o Avenida fazia e a Inter era obrigada a empatar para não ser eliminada. Mauri fez 3 a 2 para os gaúchos e Leocovick empatou. O lateral Celsinho, ex-Inter, fez 4 a 3 e Alysson Dutra empatou. César Nunes fez 5 a 4 e Iba Ly empatou.

O nervosismo aumentava a todo momento. Diego Ivo acertou o ângulo para os gaúchos: 6 a 5. Eduardo Porto deixou tudo igual. Amaral fez 7 a 6. Coube ao goleiro André Luiz o empate.

Aí sobrou para Rafael Pin cobrar. O torcedor que estava atrás do gol passou a gritar: “errou, errou”. O ex-goleiro leonino bateu forte, por cima, como Roberto Baggio fez na Copa de 1994. O gol da classificação foi do meia Rhuan, um dos grandes destaques da partida. Que alívio.

A Inter agora enfrenta o Nova Iguaçu. O atual vice-campeão carioca eliminou o CRAC, vencendo em Catalão por 1 a 0 e empatando no Rio de Janeiro por 2 a 2. Por ter feito uma campanha melhor na primeira fase, o primeiro jogo será no sábado, às 16h, no Limeirão e a volta no sábado seguinte em Nova Iguaçu.

Demais
Resultados dos jogos de volta da segunda fase da Série D: Nova Iguaçu/RJ 2 x 2 CRAC/GO (ida 1 x 0), Manauara/AM 5 x 2 Tocantinópolis/TO (0 x 0), Iguatu/CE 2 x 1 Jacuipense/BA (0 x 0), Porto Velho/RO 0 x 0 River/PI – 5 x 4 nos pênaltis (2 x 2), Portuguesa/RJ 2 x 0 Mixto/MT (0 x 0), Brasiliense/DF 2 x 2 Real Noroeste/ES (2 x 0); Retrô/PE 0 x 0 América/RN – 7 x 6 nos pênaltis (1 x 1), Altos/PI 0 x 0 Princesa do Solimões/BA – 5 x 4 nos pênaltis (1 x 1), Treze/PB 3 x 0 ASA/AL (1 x 1), Maranhão/MA 0 x 0 Manaus/AM – 5 x 6 nos pênaltis (1 x 1), Itabaiana/SE 3 x 0 Atlético Cearense/CE (0 x 1); Brasil/RS 3 x 0 Água Santa (2 x 1); Anápolis/GO 3 x 0 Itabuna/BA (0 x 1), Cianorte/PR 2 x 1 Costa Rica/MS (3 x 1) e Maringá/PR 1 x 0 Novo Hamburgo/RS (4 x 2).

Os confrontos das oitavas de final ficaram assim: Nova Iguaçu/RJ x Inter de Limeira, Manauara/AM x Retrô/PE, Treze/PB x Altos/PI, Iguatu/CE x Manaus/AM, Princesa do Solimões/BA x Itabaiana/SE, Brasiliense/DF x Brasil/RS, Maringá/PR x Portuguesa/RJ e Anápolis/GO x Cianorte/PR.

Internacional 1 x 1 Avenida
Gols – Cesinha aos 25 minutos do 1º tempo (IN); Leocovick (contra) aos 26 minutos do 1º tempo (AV)
Local – Limeirão
Árbitro – Djonaltan Costa de Araújo (Pará)
Público – 3.961 pagantes
Renda – R$ 46.886,00
Internacional – André Luiz; Eduardo Porto, Alyson Dutra e Diego Jussani; Williams Bahia, Marlon (Iba Ly), Cesinha (Vinícius Amaral), Rhuan e Leocovick; Albano (Juninho) (Lucas Café) e Léo Lopes (Erick Luís). Técnico – Felipe Conceição.
Avenida – Rafael Pin; Celsinho, Diego Ivo, Micael e César Nunes; Amaral, Bruno Camilo (Kevylin) e Branquinho (Laion); Maikon Aquino (Gabriel Tonini), Flávio Torres (Mauri) e Tony Júnior (Alexandre). Técnico – William Campos.
Ocorrências – cartão amarelo para Lucas Café (IN).

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