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Independente e G10 Esportes rompem parceria que era de quatro anos

Edmar Ferreira

Agora é oficial. Não existe mais a parceria entre o Independente e a G10 Esportes Ltda. Houve um rompimento do acordo que era de quatro anos.

Quando a parceria foi apresentada e logo nas primeiras semanas de trabalho, os torcedores galistas esperavam por novos tempos. Vestiários reformados, gramado do Pradão melhorado, arquitetas estudando mais melhorias e até a Rhumell como fornecedora do material esportivo.

O técnico PC Santos, que tinha levando o Galo da Bezinha para a Série A-4 em 2023, anunciou seu desligamento antes mesmo de conversar com o advogado Cleber Reis, responsável pela G10. PC disse que não sentia firmeza e que ninguém o procurou em 15 dias, nem para conhecê-lo.

Com a ajuda do presidente Mário César Rodrigues, o Marinho, a G10 anunciou Petterson Martins, ex-zagueiro do clube, campeão da Segundona de 2011. O técnico já tinha feito um bom trabalho pelo clube na Bezinha de 2022. O Galo foi eliminado pelo União Suzano no mata-mata e quase subiu.

Mas essa lua de mel durou pouco. Antes mesmo de começar o Campeonato Paulista da Série A-4, o elenco do Independente passou a treinar em São Paulo, enquanto o Pradão era reformado (gramado, vestiários e Casa do Atleta). Ninguém sabia ao certo como o time viria para a competição. O mistério era grande.

Alguns problemas começaram a surgir. As partes não falavam mais a mesma língua, a ponto da G10 anunciar sua saída do profissional antes mesmo da estreia contra o Nacional, no Pradão. O Galo perdeu por 2 a 0.

A G10 gostaria de colocar jovens talentos em campo, alguns até de 17 anos, para revelar e futuramente negociar com grandes clubes, gerando recursos para cobrir as despesas da parceria, mas essa filosofia não era a mesma de Petterson Martins, que tinha em mente escalar os melhores, independente da idade. O clima ficou pesado após a derrota para o Rio Branco, em jogo-treino no Pradão. Uma reunião durou horas no estádio.

A G10 ficou só com a base. Petterson seguiu mais dois jogos até ser demitido. Ângelo Foroni chegou junto com o preparador físico André Zaros e fez o que pôde. Chegou a reagir na competição, mas o que começa errado, tende a terminar errado. E foi o que aconteceu. O Galo foi rebaixado para a Bezinha.

O estopim para o rompimento da parceria aconteceu nas quartas de final do Campeonato Paulista Feminino Sub-20. O Independente não pôde disputar o jogo de volta contra o Santos, no CT Rei Pelé, por uma suspensão imposta pela Federação Paulista de Futebol.

O motivo foi o não pagamento das taxas da entidade, que envolviam multas, punições e a parte médica, cometidas durante o Campeonato Paulista das categorias Sub-15, Sub-17 e Sub-20. O valor era de R$ 10,2 mil.

Na época, o presidente Mário César Rodrigues soltou uma nota oficial dizendo que a responsabilidade era toda da G10 Esportes Ltda, parceira do clube. “Repudiamos tais atitudes que denigrem a imagem e credibilidade do Galo de Limeira e tomaremos medidas cabíveis. Integridade, trabalho e transparência”, dizia a nota do alvinegro.

A G10 por sua vez, fez uma nota de repúdio. “Repudiamos as falaciosas alegações. O Independente e a sua torcida não merecem esse dirigente à frente do clube”.

Esse valor foi pago pela diretoria do Independente e com isso, a dívida com a Federação Paulista foi quitada, fazendo com que o clube pudesse jogar normalmente as partidas da base.

Ouvimos novamente o advogado Cleber Reis. “O Independente é um clube maravilhoso. A cidade e a torcida adoram o clube. Nós respeitamos muito isso. Nossa ideia era fazer uma estrutura boa. Começamos pelos vestiários conforme combinado. O profissional poderia não subir, mas no primeiro ano 2024 a ideia era se manter na A-4. Assim organizaríamos tudo para um 2025 bom. Na base trabalhar passo a passo para plantar e colher futuramente. Infelizmente as pessoas ou pessoa que está à frente do clube hoje só pensa em interesse próprio. E deu no que deu, com o clube rebaixado”, frisou.

Mário César Rodrigues, que chegou a prometer que renunciaria após ser pressionado pelos torcedores em razão da campanha ruim que culminou com o rebaixamento, afirmou que a partir de agora o Independente começará do zero, sem parcerias e com pessoas de Limeira à frente.

Sua primeira decisão foi trazer o técnico PC Santos de volta. Agora, está estruturando toda a base, com pessoas da cidade. “Não deu certo com a G10, mas não podemos deixar de destacar as melhorias que a parceria fez no estádio. Isso seremos sempre gratos. Mas infelizmente não foi da forma como gostaríamos. Vida nova à partir de agora”, concluiu.

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