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Hospital Municipal de Americana implanta protocolo para atender mulheres vítimas de violência

O Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi (HMaAd) de Americana (SP) lançou nesta quarta-feira (31) um protocolo com fluxo de atendimento às mulheres vítimas de violência. Participaram do lançamento, profissionais da enfermagem, recepção, serviço social, entre outros. A ação fez parte do movimento “Agosto Lilás”, cujas atividades foram realizadas em vários setores da Administração Municipal e entidades diversas, durante o mês de agosto.

No evento desta quarta-feira foi proferida uma palestra sobre a Lei Maria da Penha, que completou 16 anos de existência no dia 7 de agosto, pela estagiária de Direito da Secretaria de Saúde, Vanessa Dandara Novais Souza. Em seguida, a assistente social do HM, Cláudia Borges, apresentou um protocolo de atendimento às vítimas de violência, com as informações gerais sobre o preenchimento da ficha de notificação e os encaminhamentos dos casos, a partir do início do atendimento no hospital.

“Nós elaboramos este fluxo com base no contexto atual, e também pensando num atendimento multiprofissional, humanizado e com o intuito de não revitimizar a mulher que sofre com a violência, seja ela qual for”, explicou Cláudia.

Os trabalhos foram concluídos com a palestra “A importância da notificação de violências interpessoais e autoprovocadas como norteadoras de políticas públicas”, ministrada pela coordenadora do Núcleo de Prevenção à Violência e Promoção da Saúde do município, Léa Amabile. A palestra abordou toda a problemática envolvendo as violências e as estatísticas no município.

As ações do “Agosto Lilás” mobilizaram a população pelo fim da violência contra a mulher, em diversas atividades promovidas no decorrer do mês, com conscientização e orientações. A programação foi organizada pelo Comitê Gestor Intersetorial de Enfrentamento à Violência contra a Mulher e Promoção da Equidade de Gênero – “Americana por Elas”, sob coordenação da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH) da Prefeitura de Americana.

“Hoje falamos sobre a importância do preenchimento da ficha de notificação compulsória de violências; foi apresentado um fluxo de atendimento de mulheres vítimas de violência no Hospital Municipal, e assim estamos avançando nessa construção”, destacou Léa.

A coordenadora considerou importante que as atividades da ação “Agosto Lilás” tenham atendido desde crianças, no ambiente escolar, até os serviços de convivência familiar e comunitária. “Tivemos ações em instituições, com pessoas idosas, mulheres de todas as faixas etárias, em todos os equipamentos e serviços, e em grupos coletivos de mulheres, em todos os bairros de Americana, vejo que assim se dá a construção da política pública em defesa da mulher, cada vez mais estando onde as mulheres estão”, complementou.

De acordo com o Núcleo de Prevenção à Violência e Promoção da Saúde, em 2019 o município notificou 418 casos de violência contra a mulher, considerando todos os tipos de violência e faixas etárias. Em 2020 foram 453 casos registrados. Em 2021 as notificações seguiram em alta, com 466 casos e, em 2022, foram 461 notificações. Ou seja, apenas nos primeiros seis meses deste ano os casos de violência contra a mulher praticamente alcançaram o mesmo patamar de 2021 e superaram os índices dos anos anteriores.

Em relação à violência física, foram 260 casos em 2019, 310 em 2020, 344 em 2021 e 248 nos primeiros seis meses de 2022. Quanto à violência sexual, o setor registrou 18 casos em 2019, 36 em 2020, 54 em 2021 e 43 em 2022.

Denúncias sobre violência contra a mulher podem ser feitas por meio dos seguintes canais: GAMA (telefone 153), Polícia Militar (telefone 190), Delegacia de Defesa da Mulher (telefone 3405-3390), Central de Polícia Judiciária (telefone 3461-9787) e também na Central de Atendimento à Mulher, pelo telefone 180.

As atividades do “Agosto Lilás” foram promovidas em parceria com as Secretarias de Educação, Saúde, Comunicação e Tecnologia da Informação, Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM), PLPs (Promotoras Legais Populares), Frente Feminista Marielle Vive, Ordem dos Advogados do Brasil/Americana, Guarda Municipal de Americana (GAMA), Cooperlírios, Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) do Projeto Caminho, pela Diaconia São Judas Tadeu, Paróquia Santa Rita de Cássia, no Jardim das Orquídeas – Pastoral da Criança, CIEP Milton Santos, na região da Praia Azul, APAM – Associação de Promoção e Assistência de Americana, Cruzada das Senhoras Católicas, Associação Amigos do Pós Represa, no Monte Verde, Pastoral da Criança – Assentamento Milton Santos, CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social, CRAS – Centro de Referência de Assistência Social, entre outros colaboradores.

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