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Hortolândia: Homem que matou esposa e filha de um ano e 8 meses é condenado a mais de 31 anos

Foto: Alenita Ramires/Correio Popular

O Tribunal do Júri da Comarca de Hortolândia condenou um homem a 31 anos e 9 meses de prisão, em regime inicial fechado, por duplo feminicídio praticado contra sua companheira e a filha do casal. A criança tinha apenas 1 ano e 8 meses à época dos fatos.

Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, os crimes ocorreram na manhã de 13 de dezembro de 2023, na residência da família, localizada no Jardim Campos Verdes.

Na ocasião, movido por ciúmes e suspeitas infundadas de traição, o réu atacou brutalmente as vítimas com faca e navalha, desferindo múltiplos golpes em regiões vitais como tórax e pescoço. Nem a mulher, nem a criança tiveram chance de defesa.

O Conselho de Sentença reconheceu todas as qualificadoras apontadas pela Promotoria: motivo fútil, meio cruel, recurso que dificultou as defesas e feminicídio. No caso da menina, também foram identificados os agravantes de menoridade (menor de 14 anos) e a condição de ascendência do autor, o que agravou a pena.

Durante o julgamento, a promotora de Justiça Mariana de Melo Saraiva Marangoni, autora também da denúncia, sustentou a plena imputabilidade do réu. A defesa alegou parcial incapacidade de entendimento por parte do acusado, tese rejeitada pelos jurados.
A sentença considerou ainda os profundos impactos psicológicos causados à mãe da vítima adulta, avó da criança, que não conseguiu prestar depoimento em plenário devido ao abalo emocional.
O CRIME
No dia do crime, 14 de dezembro de 2023, mãe e filha foram encontradas mortas, a golpes de faca e navalha, entre a sala e a cozinha da casa. Já o marido e pai da criança, que também estava ferido por faca, ficou caído na cozinha.

Após ser socorrido, e passar por cirurgia, ao prestar depoimento, ele alegou que a esposa teria tentado matá-lo e depois matado a filha. Disse ainda que, para se defender, acabou matando a mulher. Porém, em um segundo momento, ele apresentou versão contraditória acusando a mulher de tê-lo traído e que, furioso, ele tomou a faca dela e a matou.

Na ocasião, familiares do casal declararam que os dois viviam bem e que ela não o trairia porque só ficava em casa e que ele havia tentado o suicídio alguns dias antes da tragédia.

Apesar da condenação, o Ministério Público anunciou que irá recorrer da decisão com o objetivo de aumentar a pena por considerá-la insuficiente diante da gravidade dos crimes.

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