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Homem curado de câncer terminal morre após acidente doméstico em BH

O funcionário público aposentado de Minas Gerais, Vamberto Luiz de Castro, de 62 anos, que tinha se recuperado de um câncer terminal após um tratamento inédito na América Latina, morreu na semana passada em Belo Horizonte. Informações extraoficiais indicam que ele teria sofrido um acidente doméstico.

De acordo com as informações, a queda teria provocado um traumatismo craniano grave e o aposentado não teria resistido. O seu corpo deu entrada no Instituto Médico Legal (IML), no dia 11 de dezembro. A Polícia Civil ainda não dispõe dos resultados dos exames e de acordo com a nota “Somente após o laudo do exame de necropsia será possível saber se há ou não indícios de violência na morte de Vamberto Luiz de Castro. O corpo dele deu entrada no IML em 11 de dezembro, foi examinado e liberado. O laudo fica pronto em até 30 dias”, informou.

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A sua morte só foi divulgada essa semana. Vamberto foi sepultado no Cemitério Parque Renascer, em Contagem (MG). A missa de sétimo dia foi realizada na última terça-feira (17).

A CURA DO CÂNCER

A aposentado se tornou a primeira pessoa na América Latina a receber uma nova terapia celular que vem revolucionando o tratamento do câncer nos Estados Unidos e na Europa. Menos de 20 dias após ser submetido ao tratamento feito a partir das próprias células, o paciente já apresentava remissão da doença. Vamberto estava em estado grave, com linfoma avançado que não respondia a nenhum dos tratamentos convencionais. Desenganado pelos médicos, com expectativa de vida de menos de um ano, ele foi submetido em caráter experimental à terapia, no dia 9 de setembro.

Ele foi curado e recebeu alta em outubro como foi mostrado aqui no Rápido no Ar.

Os especialistas alteraram geneticamente as células T, com a inclusão de uma proteína específica que as torna mais sensíveis a determinados tipos de linfoma. As células alteradas e cultivadas em laboratório foram inseridas de volta no paciente por meio de uma infusão. Com a alteração genética nas células de defesa, elas passam a reconhecer mais facilmente as células cancerígenas e conseguem destruí-las. “As células T modificadas passam a se multiplicar aos milhões no organismo do paciente, fazendo com que o sistema imune passe a identificar as células cancerígenas do linfoma como inimigos a serem atacados e destruídos.”
Por enquanto, o trabalho ainda está em fase de pesquisa no Brasil. Nos próximos meses, outros dez pacientes devem ser testados. Se o sucesso do primeiro caso se confirmar, a terapia deverá então cumprir os requisitos regulatórios da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser oferecida na rede pública.

“Os resultados da terapia celular para o tratamento das formas mais agressivas de câncer são tão espetaculares que seu desenvolvimento rendeu o Nobel de Medicina de 2018”, lembra o hematologista Renato Cunha, um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento da técnica brasileira. O prêmio do ano passado foi para dois pioneiros das terapias celulares, o americano James Allison e o japonês Tasuku Honjo.

A patente para a preparação das células, porém, pertence a dois laboratórios farmacêuticos. Por isso, tanto nos EUA quanto na Europa, o custo total do tratamento pode chegar a US$ 1 milhão (cerca de R$ 4,16 milhões) -, tornando a terapia completamente inviável no País. Por isso, os especialistas brasileiros decidiram desenvolver uma tecnologia nacional para a terapia celular, barateando os custos em até 90%.

“Do ponto de vista da pesquisa médica, é um avanço enorme porque pouquíssimas companhias no mundo detêm essa tecnologia”, afirmou Tadeu Covas. “Mais do que isso, desenvolvemos a tecnologia, esse tratamento revolucionário, na área pública e nosso objetivo é oferecer no sistema de saúde.” Hoje, os tratamentos disponíveis no mundo são voltados só para linfomas e leucemias. No entanto, já há dezenas de estudos em todo o mundo e também no Brasil para outros alvos, como os chamados tumores sólidos.

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