O Parque Zoológico Municipal “Quinzinho de Barros” registrou, no mês de julho, o nascimento de um filhote de sauim-de-coleira (Saguinus bicolor) e um filhote de anta (Tapirus terrestris). Toda a equipe técnica do Zoo comemora bastante o fato, pois as duas espécies são ameaçadas de extinção na natureza.
“O Zoo de Sorocaba, mais uma vez, cumpre com um de seus papéis, que é o da conservação. Essa é uma ótima oportunidade para os visitantes conhecerem essas duas espécies ameaçadas de extinção”, destaca o secretário de Meio Ambiente, Proteção e Bem-Estar Animal (Sema), Antonio Prieto.
O “Quinzinho de Barros” participa do Programa de Manejo ex situ de espécies ameaçadas, fruto do Acordo de Cooperação Técnica entre a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (Azab) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), sendo o sauim-de-coleira uma das espécies-alvo dessa iniciativa. “Por esse motivo é que o nascimento de uma espécie como essa é tão especial”, explica Prieto.
O filhote de sauim-de-coleira, agora com quase dois meses de vida, está ficando mais independente, já sai do colo dos pais e explora o recinto. Continua mamando, mas já come algumas frutinhas. Como está crescendo e aprendendo a andar pelo recinto, os visitantes conseguem avistá-lo e acompanhar suas peripécias, seja pulando, correndo ou se pendurando.
Já, o filhote de anta é um macho, que ainda mama, esperto e muito ativo. Ele está se integrando ao restante do bando e começando a comer folhagens e frutos. Já nada bem e gosta de brincar. O público vai conseguir diferenciar o filhote de longe, pois é o menor da turma e tem evidentes listras brancas pelo corpo, que lembra uma melancia, típicas da espécie nesta fase da vida.
Essa coloração permite que o animal se camufle em meio à paisagem, aumentando sua segurança contra os predadores. Os filhotes de anta nascem com cerca de cinco quilos e a mãe amamenta a cria por cerca de seis meses e ensina a ele quais os alimentos são seguros para ingerir.
Administrado pela Sema, o “Quinzinho de Barros” é considerado um dos mais completos zoológicos da América Latina, classificado pelo Ibama na categoria A, que é a mais elevada. Além da conservação, o parque desempenha um importante trabalho de pesquisa, bem-estar animal, educação ambiental e lazer, que são as cinco funções de um zoológico moderno. O Zoológico Municipal está localizado na Rua Theodoro Kaisel, 883, na Vila Hortência. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: (15) 3227-5454.
Sobre o sauim-de-coleira
Um dos primatas mais ameaçados do mundo, o sauim-de-coleira está classificado como Criticamente em Perigo de Extinção. Trata-se de uma espécie endêmica da floresta amazônica brasileira, isso quer dizer que ele é encontrado em apenas um determinado local do mundo. Sua área de ocorrência é restrita a três municípios do Amazonas: Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara.
O crescimento populacional humano, que gera a perda de habitat causada pela expansão das cidades, é uma das grandes ameaças aos sauins, que têm enfrentado acentuado declínio populacional.
Quando nascem, os filhotes ficam agarradinhos aos pais, que cuidam de sua prole com muita dedicação. O trabalho é dividido na família dos sauins: os machos carregam os filhotes em grande parte do tempo, protegendo-os de possíveis ameaças, e a mãe amamenta e também cuida dos bebês.
Sobre a anta
Existem quatro espécies de antas no mundo e a nossa espécie é conhecida com anta brasileira. É o maior mamífero terrestre das Américas, que pode chegar a dois metros de comprimento, um metro de altura e pesar até 250 quilos. No Brasil, pode ser encontrada na Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica e, em menor quantidade, no Cerrado.
A anta tem um papel importantíssimo na natureza. Esse grande herbívoro come frutos, brotos, flores e folhas e é capaz de dispersar muitas sementes e, assim, planta florestas, contribuindo para a regeneração da natureza. Por essa característica, é conhecida como “jardineira da floresta”.
Infelizmente, está ameaçada de extinção, na categoria Vulnerável. Suas principais ameaças são a perda de habitat e a caça. Esses animais possuem uma longa gestação, cerca de 13 meses, nascendo geralmente apenas um filhotinho. Essa característica é preocupante, pois quando as ameaças levam ao declínio populacional, a reposição natural de indivíduos é demorada.
Fotos do sauim-de-coleira: Leônidas de Paiva Soares/Sema
Fotos da anta: Maraya Lincoln Silva e Leônidas de Paiva Soares/Sema