O grupo ítalo-americano Fiat Chrysler e o francês PSA, controlador das marcas Peugeot e Citroën, assinaram um acordo vinculativo para avançar com a fusão entre as companhias. De acordo com a declaração conjunta feita nesta quarta-feira, 18, os grupos procederão à união de suas atividades para “criar o quarto maior fabricante de automóveis do mundo”.
O trio que lidera o mercado mundial de automóveis, em número de vendas, é atualmente composto pela alemã Volkswagen, a aliança franco-japonesa Renault-Nissan e a japonesa Toyota.
A nova entidade, com mais de 400 mil funcionários, terá faturamento de quase 170 bilhões de euros e vendas anuais de 8,7 milhões de veículos, com as marcas Fiat, Alfa Romeo, Chrysler, Citroën, Dodge, DS, Jeep, Lancia, Maserati, Opel, Peugeot e Vauxhall.
No Brasil, o grupo combinado deve ultrapassar General Motors e Volkswagen em vendas de veículos. No acumulado de janeiro a setembro, Fiat Chrysler e PSA registram 395,5 mil licenciamentos ante 345,75 mil da GM e 304,6 mil do grupo Volkswagen, conforme dados da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
No País, maior mercado da Fiat fora da Itália, a companhia tem duas fábricas de veículos – em Betim (MG) e Goiana (PE) – com capacidade total para cerca de 1 milhão de carros por ano, além de duas fábricas de motores capazes de produzir 1,4 milhão de propulsores a cada ano. A PSA tem um polo automotivo em Porto Real (RJ), incluindo fábricas de veículos e motores.
O texto divulgado nesta quarta pelas empresas diz que a parceria fornecerá “recursos de investimento reforçados para a nova entidade, a fim de enfrentar os desafios de uma nova era de mobilidade durável”. “A conclusão da fusão deve ocorrer em 12 a 15 meses”, afirmou o comunicado. A sede da empresa mãe da nova entidade ficará na Holanda, mas continuará sendo listada em Paris, Milão e Nova York.
John Elkann, atual presidente da Fiat Chrysler e herdeira da família Agnelli, presidirá o novo conselho de administração, e Carlos Tavares, até agora presidente do conselho do grupo PSA, será o diretor-geral do novo grupo.
“Nossa fusão representa uma oportunidade formidável para adquirir uma posição mais forte na indústria automobilística, quando realizamos uma transição para uma mobilidade limpa, segura e durável e queremos oferecer aos nossos clientes produtos, tecnologias e serviços do melhor nível”, afirmou Tavares, em teleconferência com a imprensa.
“É a união de duas empresas de marcas emblemáticas e trabalhadores muito comprometidos. As duas empresas passaram por tempos difíceis e se tornaram grandes grupos ágeis e inteligentes”, disse Mike Manley, presidente executivo da Fiat Chrysler.
A economia gerada pelas sinergias permitirá, paralelamente, “investir maciçamente nas tecnologias e serviços que irão modelar a mobilidade do futuro, respondendo ao desafio dos regulamentos sobre emissões de CO2”, disseram os dois grupos.
Antes da fusão, a Fiat distribuirá ao acionistas um dividendo excepcional de 5,5 bilhões de euros, enquanto a PSA repassará aos seus acionistas os 46% que possui no capital do fornecedor de equipamentos Faurecia, segundo o comunicado.
As montadoras anunciaram em 31 de outubro que haviam chegado a um acordo unânime sobre o princípio de uma fusão, no qual os acionistas dos dois grupos dividiriam o capital igualmente 50/50, após várias operações financeiras, para formar uma nova gigante automobilística global, sem o fechamento de fábricas. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS