A 64ª Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, realizada de 15 a 25 de agosto, movimentou aproximadamente R$ 900 milhões com o turismo em 2019. É o que mostra uma pesquisa inédita da Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo que mediu o impacto econômico do evento no estado. O público da festa neste ano foi de 800 mil pessoas, deste total, 58% eram turistas. O cálculo não considera os participantes do evento que moram no município.
De acordo com o levantamento, o gasto médio dos turistas na cidade foi de R$ 2.345 em cinco dias de evento (tempo médio de permanência na cidade). Os principais gastos dos turistas em Barretos foram com hospedagem, transporte, alimentação, compras e lazer. Os visitantes vieram de outras cidades de São Paulo (27,3%), outros estados do Brasil (25%) e municípios do entorno de Barretos (5,4%).
“Essa pesquisa inicia uma série histórica importante para que possamos trabalhar melhor, não apenas a promoção da festa, mas do turismo como um todo – um setor que cresceu 7,7% no primeiro semestre deste ano em São Paulo, enquanto a economia do país anda de lado”, diz o secretário de Turismo do Estado de São Paulo, Vinicius Lummertz.
Outros estados
De acordo com a pesquisa, os turistas que foram para a festa de Barretas vieram principalmente de São Paulo (32,7%), Minas Gerais (13,6%), Paraná (2,5%), Rio de Janeiro (2%), Santa Catarina (2%) e Rio Grande do Sul (1,1%). Metade dos presentes (50,2%) estiveram mais de cinco vezes na festa e 23,9% visitaram pela primeira vez.
Mais da metade dos visitantes optou por se hospedar (53,4%) na região, enquanto 46,6% foi em esquema de “bate-volta”. A maioria ficou hospedada em Barretos, mas 13,5% ficaram em cidades próximas (cerca de 33 mil pessoas), mostrando o impacto do evento em toda a região.
Nota alta
A nota média dada pelos participantes ao evento foi 8,9, sendo que 62,7% deram nota 10. A grande maioria dos entrevistados disse que foi a Barretos apenas para a festa: cerca de 90%. Os 10% restantes buscaram outras atividades, movimentando diferentes serviços na região (casas noturnas, gastronomia, atrações turísticas e outros).
Para o prefeito de Barretos, Guilherme Ávila, a pesquisa comprovou que a cidade recebe bem os turistas. “Quem realmente gosta da festa e conhece pela primeira vez, volta lá. E o mais importante de tudo isso para a região de Barretos e do estado de São Paulo é a economia que gerou. São R$ 900 milhões em 10 dias. Isso tem impacto na hotelaria, gastronomia, entre outras coisas. O turismo é uma indústria limpa, que gera emprego e renda e agora com esses números nós podemos notear ainda mais em como podemos atrair e fidelizar mais pessoas”.
Ávila destacou que a cidade também atrai pessoas o ano inteiro não apenas para a Festa de Peão, mas tem também para outras atrações e por causa do Hospital do Câncer. “A cidade tem o Hospital do Câncer, estruturas voltadas para o universo country, a tradição da cultura sertaneja, é o berço do rodeio no Brasil”.
O estudo foi conduzido pela equipe da própria secretaria, que contratou a empresa P2A – Gestão em Informação para fazer a coleta dos dados. A pesquisa realizada com mais de 1.126 mil pessoas dentro do espaço do evento.
Aeroporto
O secretário de Turismo informou ainda que o investimento no aeroporto de Barretos pretende melhorar o fluxo de turistas na região. “Teremos uma mudança no mix, porque o passageiro que vai de avião pode vir de outros estados e de outros países. Hoje o estado não investe na Festa de Peão porque o evento é autosustentável, mas investimos no aeroporto”.
Lummertz disse ainda que o estado está investindo com readequações e melhorias no aeroporto da cidade para futuramente ser privatizado. “Estamos melhorando o aeroporto, colocando os aviões e então vamos privatizar o aeroporto, mas o que é mais importante, é colocá-lo em segurança”.
Segundo informações da Secretaria de Estado do Turismo, o investimento no Aeroporto de Barretos é de R$ 8 milhões. O prazo de entrega é junho de 2020, sendo que em outubro deste ano inicia-se a operação com aeronaves menores e até março do próximo ano operará com Boings 737 e 700 com capacidade para 135 assentos.
A operação faz parte do pacote de contrapartidas negociado pelo governo de São Paulo com empresas aéreas, que resultou na redução do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o combustível de aviação.