Pedro Leandro Ricardo, ex-padre da cidade de Araras (SP), foi preso na manhã desta quarta-feira (3) após se apresentar voluntariamente no 2º Distrito Policial de Santa Bárbara d’Oeste. Ele era alvo de um mandado de prisão expedido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, com base na condenação confirmada pelo Supremo Tribunal Federal por crimes sexuais cometidos contra menores.
A pena, de 10 anos e 6 meses em regime fechado, foi imposta após o esgotamento dos recursos judiciais. O ex-religioso passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e deve ser encaminhado ao sistema prisional ainda nesta quarta-feira.
O processo se refere a crimes ocorridos entre 2002 e 2005, quando Pedro Leandro era pároco da Paróquia São Francisco de Assis, em Araras. As vítimas — uma criança e três adolescentes — atuavam como coroinhas na igreja. As denúncias foram formalizadas pelo Ministério Público em 2019, e a ação penal foi acolhida pela Vara Criminal da cidade no ano seguinte.
O juiz Rafael Pavan de Moraes Filgueira destacou, na sentença, que o então padre aproveitava-se da sua posição de autoridade para se aproximar de vítimas em situação de vulnerabilidade, sem receio de ser confrontado.
Vaticano o afastou do estado clerical
Em janeiro de 2019, Pedro Leandro já havia sido afastado das funções religiosas. Três anos depois, em março de 2022, o Papa Francisco determinou sua demissão do estado clerical, impedindo-o definitivamente de exercer qualquer atividade como padre. Na época, ele residia em Americana (SP).
Além do processo em Araras, Pedro Leandro é investigado em inquéritos semelhantes nas cidades de Americana e Limeira. As ações tramitam sob sigilo, por envolverem crimes sexuais.
Por meio de nota, o advogado de defesa, Paulo Sarmento, informou que o ex-padre se apresentou espontaneamente e que seguirá colaborando com a Justiça. A defesa pretende apresentar, nos próximos dias, um pedido de revisão criminal.

