Há alguns dias atrás estava escutando um programa em que Leandro Karnal participa, neste, ele estava falando de como estamos perdendo nossa liberdade para a vida social.
Hoje em dia os celulares ficam conectados no WiFi, 3G, 4G e assim por diante. Ficamos on-line 24 horas por dia e recebemos mensagens 9, 10, 11 horas, mas também 23, 24, 01 da manhã… não bastasse isso, quando algumas pessoas nos mandam mensagem, elas esperam que a resposta seja imediata, essas pessoas, em momento algum, consideram que podemos estar ocupados, fazendo outra coisa, que não queremos responder neste momento. Muitas vezes a pessoa escreve a mensagem e em cinco minutos, vem uma interrogação, em mais cinco minutos duas, mais cinco minutos sendo livre e a pessoa escreve: ‘Está online, me responde’, mais um minuto ela faz um áudio e mais um minuto, uma chamada via WhatsApp é realizada.
WhatsApp é uma ferramenta muito boa para comunicação, agiliza e aproxima as pessoas, mas também precisa saber ser utilizado.
Quando mandamos uma mensagem e ela fica com ‘2 pauzinhos’ no celular da pessoa com quem desejo falar, isto significa APENAS que a mensagem foi entregue neste aparelho e não que ela já foi lida e não que tenha um prazo para ser lida e não que precisamos andar uma interrogação, duas, três, um áudio, fazermos uma chamada e por fim tentarmos uma chamada de VIDEO de Whatsapp.
Sim, é preciso que tenhamos etiqueta, educação, cuidado com essa ferramenta também. Como disse Karnal, em sua entrevista: “Não é porque eu estou online que vou responder, que quero responder. Áudio deve ser evitado e áudio com mais de 10 segundos é um podcast”.
Considerarmos essa reflexão é muito importante, assim como é importante que nos coloquemos no lugar de quem recebe nossas muitas mensagens e pensemos: “Como eu me sentiria nesta condição?”. Se a resposta for: incomodado, irritado, invadido, com vontade de desligar o celular, por favor, repense e não mande todas estas mensagens, apenas UMA já basta para que a pessoa veja que há uma conversa para ser aberta e tão logo possa, o fará.
Durante o programa de entrevistas TONIGHT da CNN, Gabriela Prioli pontuou com propriedade: “O fato de eu estar online e de ter recebido a mensagem, não indica que quero e que vou ler.” e ela tem razão, precisamos conceder ao outro o desejo e o direito de abrir ou não nossa mensagem.
Encerro com um convite a reflexão também de Leandro Karnal: “O mundo virtual instalou uma catraca na caverna de Platão.”