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Enfermeira de Piracicaba nega ter informado sobre ausência de soro antiescorpiônico

Foto: Câmara de Piracicaba

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Caso Jamilly, criança que faleceu em Piracicaba (SP) após ter sido picada por escorpião, ocasião em que teria sido dito à mãe dela que não havia soro antiscorpiônico na UPA Vila Cristina, reconvocou, para esta sexta-feira (24), uma das enfermeiras que participou do atendimento à menina Jamilly Vitória Duarte, de 5 anos, no dia 12 de agosto deste ano. Desde 1º de julho, a UPA é administrada pela OSS (Organização Social de Saúde) Mahatma Gandhi.

A enfermeira ouvida nesta sexta-feira (24), apesar de ter sido apontada em um dos depoimentos tomados anteriormente, pela CPI, como a pessoa que teria indicado a inexistência do soro antiescorpiônico na unidade, negou para os vereadores que tenha prestado essa informação.

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Ela disse que sabia que existia soro no local e que toda a equipe também tinha esse conhecimento. A UPA estava abastecida com o insumo na noite de atendimento a Jamilly, mas o medicamento não foi ministrado na criança. A enfermeira garantiu que não foi questionada em nenhum momento se havia o soro na unidade.

A enfermeira também negou ter exercido a liderança de maneira formal naquele plantão, apesar de ter sido apontada por todos os outros membros da equipe como a profissional de referência. Ela disse aos vereadores, nesta sexta-feira, que aceitou o convite de liderar a equipe apenas como “gentileza” à OSS, mas que essa função não era exercida de maneira formal e que ela não recebia nenhum acréscimo de salário por isso.

A enfermeira declarou novamente que estava deslocada para o setor adulto e que não participou do atendimento a Jamilly. Ela disse que somente foi chamada no momento em que a equipe encontrou dificuldades para puncionar um acesso venoso na criança, mas que nem chegou a tentar porque a equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) já estava no local para transferir a paciente para a Santa Casa.

A profissional afirmou que, se estivesse na liderança do atendimento infantil naquele momento, teria sido avisada desde o início sobre a entrada de uma paciente grave. A enfermeira também apresentou à CPI o documento que encaminhou, via aplicativo de mensagens, para a Santa Casa, com informações sobre Jamilly, já que o prontuário não foi levado pela equipe do Samu. No documento, constam apenas a informações sobre a identificação de Jamilly, mas não a prescrição médica.

“A enfermeira foi citada várias vezes como uma liderança sobre o corpo de enfermagem e foi citada como a pessoa que informava a inexistência do soro na unidade”, resumiu o presidente da CPI, vereador Acácio Godoy (PP). “Ela confirmou que exercia liderança, mas não de maneira formal. Disse que jamais poderia ter sido ela a dar a informação sobre a inexistência do soro porque ela pessoalmente sabia que o soro existia na unidade. E a gente conseguiu ter acesso à documentação que ela enviou para a Santa Casa, conseguimos o print da mensagem enviada, o que vai fechando o círculo dos depoimentos que recebemos”, declarou.

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