A direção da Medical Hapvida, garantiu que não está recomendando a prescrição do kit Covid (Hidroxicloroquina-Invermectina-Azitromicina) aos médicos da empresa durante reunião com representantes da USTL (União Sindical dos Trabalhadores de Limeira) nessa terça-feira (19).
O encontro com os sindicalistas ocorreu após denúncias de uma suposta pressão da empresa, inclusive de sua unidade de Limeira, para o uso destes medicamentos. “Conforme nota oficial divulgada à imprensa, estas prescrições do kit ocorriam apenas no início da pandemia, quando havia poucas informações sobre a doença, mas sempre por iniciativa dos próprios médicos”, garantiu o diretor de operações da Hapvida, o médico Antonio Gregoratto.
O questionamento da USTL ocorreu após reportagens denunciarem suposta pressão da empresa pela adoção do kit, e a demissão de profissionais que se recusaram. No início de outubro, a USTL acionou a Comissão de Saúde da Câmara Municipal, para que questionasse o uso do kit Covid nas unidades de saúde públicas e privadas de Limeira.
Por parte da Medical Hapvida, participaram da reunião o diretor administrativo regional, Donizete Camilo, os gerentes regionais de relacionamento, Rogerio Caseze e Antonio Carlos Freire, além do gerente de credenciamento médico, Alexandre Botura. Em meio às tratativas, o diretor médico Rafael Camargo também compareceu. Além do tema Covid, o encontro tratou das reclamações relativas ao plano médico, com destaque para a demora no agendamento de consultas, atendimento no Pronto Socorro e Pronto Atendimento.
“Estamos aqui representando os trabalhadores que utilizam o plano, e verificamos a preocupação deles com relação a um produto que precisa ser bom. Além disso, a preocupação pela prescrição de medicamentos sem eficácia comprovada. A reunião vem no sentido de esclarecimento”, apontou o presidente da USTL e do Stial (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Limeira e Região), Artur Bueno Júnior. O plano de saúde Medical Hapvida está presente em diversos Acordos e Convenções Coletivas de Trabalho negociados pelas entidades sindicais, com várias empresas.
Gregoratto citou a dificuldade com o sistema operacional, atualmente centralizado em Ribeirão Preto, mas que estaria sendo transferido para Limeira. Camilo citou que as melhorias já estariam ocorrendo, com 80% dos atendimentos ocorrendo no prazo estabelecido de 15 minutos, contra 20% no período de aquisição da empresa Medical, em dezembro. “Investimos R$ 12 milhões desde que assumimos, ampliando os serviços e sanando problemas iniciais. Prometemos melhorar ainda mais”, completou o gerente Freire.
COVID
Rafael Camargo lembrou que as prescrições do kit Covid foram praxe em diversas instituições de saúde. “O uso do kit é uma discussão superada, e precisamos mostrar isso. Hoje, a Medical Hapvida não recomenda o uso do kit, apenas não pode interferir na liberdade do médico “, apontou.
O presidente da USTL respondeu que a entidade, em nome dos trabalhadores representados, “precisa de mais que o compromisso da empresa de não recomendar o uso do kit ao corpo médico” – um documento foi entregue aos diretores, requerendo a formalização por escrito da não indicação e distribuição do kit, pela total ineficácia dos medicamentos.
A empresa se comprometeu com a melhoria dos índices, e afirmou que o quadro médico não estaria saindo da empresa – ponto de preocupação dos usuários do plano.
“O plano médico é um dos benefícios mais importantes da negociação de Acordos e Convenções Coletivas de Trabalho. Temos de agir para que os trabalhadores tenham um atendimento satisfatório” “, finalizou o presidente da USTL, Artur Bueno Júnior.
Pela USTL e além do Stial, participaram da reunião representantes do Sinecol (Sindicato dos Comerciários de Limeira e Região), do Sindicato dos Vigilantes de Limeira e Região, do Sindicato dos Trabalhadores no Vestuário de Limeira e Região, da CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins), do Sindicato dos Empregados em Bares e Restaurantes de Limeira e Região, do Sintijob (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias das Joias de Limeira) e do SindeGuarda (Sindicato dos Guardas Civis Municipais de Limeira e Região).