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Eliminações precoces prejudicam o orçamento do São Paulo em 2020

Não é apenas a parte esportiva do São Paulo que foi afetada pela eliminação na fase de grupos da Copa Libertadores. A diretoria previa no orçamento para 2020 que o time chegaria às oitavas de final do torneio. A premiação dada pela Conmebol para os classificados para esta etapa é de US$ 1,05 milhão (R$ 5,9 milhões na cotação atual).

O valor só poderá ser recuperado se o São Paulo conquistar a Copa Sul-Americana e, consequentemente, embolsar US$ 2 milhões (R$ 11,2 milhões) de premiação. O vice-campeão, por exemplo, ganha “apenas” US$ 800 mil (R$ 4,5 milhões). Para entrar na Sul-Americana, o São Paulo pode até empatar com o Binacional no dia 20, na última rodada do Grupo D da Libertadores.

O São Paulo já havia sofrido com a queda inesperada no Campeonato Paulista. O orçamento previa que o time chegaria à semifinal, mas a eliminação pelo Mirassol ocorreu nas quartas de final e fez o clube deixar de arrecadar ao menos R$ 400 mil de premiação da FPF. O São Paulo terminou o Estadual na sexta colocação e recebeu R$ 450 mil. O quarto colocado embolsou R$ 850 mil, enquanto o terceiro ficou com R$ 1,08 milhão.

No ano passado, o São Paulo sofreu com o mesmo problema. A previsão orçamentária do clube para 2019 contava com o time chegando às quartas de final da Copa do Brasil e da Libertadores Na competição nacional, foi eliminado pelo Bahia nas oitavas. Na continental, caiu para o Talleres ainda na segunda fase preliminar. Na ocasião, depois das quedas, o diretor de futebol Raí admitiu, em maio, que era preciso mudar o planejamento para o restante da temporada.

Neste ano, o cenário é ainda pior, agravado pela pandemia do novo coronavírus. O São Paulo previa arrecadar R$ 53 milhões com bilheteria, mas os jogos passaram a ser realizados sem público nos estádios. Com isso, o clube embolsou apenas R$ 6,3 milhões com as partidas com torcedores no Morumbi no primeiro semestre, uma variação negativa de R$ 46,7 milhões.

O relatório de atividades administrativas do clube no primeiro semestre de 2020 já alertava para o problema da falta de renda com bilheteria. “A variação negativa decorre do adiamento do início do Campeonato. Acredita-se que mesmo após o início do campeonato não será possível realizar os jogos previstos para 2020, com a presença dos torcedores, o que inviabiliza a recuperação da receita prevista para o exercício”, diz o documento.

O valor recebido pelas cotas de televisão também foi afetado pela pandemia. O clube previa arrecadar R$ 95,7 milhões no primeiro semestre, mas ganhou R$ 45,2 milhões. Com o retorno dos campeonatos, o São Paulo e os outros times voltaram a receber os valores de televisão.

“As receitas de exibição e premiação, inicialmente previstas para o exercício corrente, somente poderão ser registradas quando da sua efetiva realização, o que não representa uma perda efetiva de receita, e sim uma prorrogação no prazo de registro e recebimento dos direitos de acordo com regime de competência”, explica o relatório.

O que não poderá ser recuperado é o dinheiro previsto com arrecadação com publicidade e patrocínio. A ideia do clube era receber R$ 21,2 milhões no primeiro semestre, mas embolsou R$ 10,7 milhões. O relatório culpa a paralisação do futebol para a variação negativa de R$ 10,4 milhões.”Advém da dificuldade de prospecção de novos patrocinadores devido à redução da veiculação das marcas das empresas no uniforme oficial, backdrop, programas de televisão, placas de campo e exibição de jogos”.

A pandemia também foi a justificativa para a variação negativa de R$ 7,1 milhões na arrecadação com camarotes e cadeiras, publicidade e aluguéis do Morumbi. O estádio sediaria, por exemplo, o show da banda Metallica em abril. A previsão era receber R$ 17 milhões com o Morumbi no primeiro semestre, mas foram arrecadados R$ 9,9 milhões. No ano, a previsão era arrecadar R$ 25 milhões com o estádio – ou seja, serão R$ 17,9 milhões a menos.

Na parte esportiva, o São Paulo prevê terminar o Campeonato Brasileiro em quarto lugar – premiação de R$ 26,8 milhões oferecida pela CBF. Na Copa do Brasil, a previsão é chegar às quartas de final e receber, consequentemente, mais R$ 3,3 milhões. O São Paulo já garantiu R$ 2,6 milhões com a Copa do Brasil por entrar nas oitavas.

Após o déficit de R$ 156 milhões em 2019, o São Paulo projetava terminar 2020 com superávit de R$ 68 milhões. A meta, porém, dificilmente será batida por todos os problemas enfrentados pelo clube ao longo deste ano.

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