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Elefante que morreu no zoológico de Brasília pode ter sido envenenado

A Fundação Jardim Zoológico de Brasília informou hoje (21) que as investigações sobre a morte do elefante Babu, no último dia 7, indicam duas hipóteses: causa natural ou criminosa. O animal foi trazido da África do Sul com três anos de idade e tinha 25 quando morreu. Em cativeiro, elefantes vivem cerca de seis décadas.

Exames realizados por três laboratórios detectaram a presença de chumbo, arsênio, mercúrio e cumarina no organismo de Badu. A cumarina é um componente do raticida conhecido como chumbinho e nenhum desses elementos químicos são geralmente encontrados no ambiente onde o elefante vivia.

Segundo o diretor-presidente da fundação, Gerson Norberto, o animal foi submetido a uma necrópsia e as investigações continuam para saber se Badu foi envenenado ou se morreu em decorrência de uma pancreatite congênita (lesão de pâncreas herdada de seus pais e formada em seu organismo desde seu nascimento).

“Foi um alerta muito grande. Temos que esclarecer o ocorrido, para que possamos seguir com nossa missão, que é a preservação dos animais”, afirmou Norberto, com pesar.

Os laudos que constataram os elementos químicos no animal foram emitidos por três laboratórios: o de Tecnologia em Sanidade Animal (Tecsa); o veterinário da Universidade Estadual Paulista (Unesp), localizado em Botucatu, e o da Universidade de Brasília (UnB). Uma atualização dos resultados deve ser divulgada dentro de um mês.

O Departamento Especial de Proteção ao Meio Ambiente e à Ordem Urbanística (Dema), da Polícia Civil, investiga o caso.

Segurança
De acordo com Norberto, mesmo sem a conclusão das investigações, o Zoológico já estuda reposicionar as câmeras de segurança, além de dobrar o número de equipamentos: “Estamos fazendo um esforço para concluir o processo de compra de câmeras, iniciado no ano passado, estamos tentando vencer a burocracia”. O acesso do público às áreas do zoológico, porém, permanece inalterado.

O Zoológico de Brasília abriga quase 900 animais de 240 espécies, das quais mais da metade ameaçadas de extinção. Em breve, a administração do zoológico deve abrir uma chamada para obter recursos de empresas privadas para os cuidados dos dois outros elefantes da fundação. Atualmente, uma equipe de dez profissionais lida diretamente com Chocolate, resgatado da companhia Le Cirque; e Belinha, fêmea que veio para o Brasil com Badu.

O Governo do Distrito Federal destina, mensalmente, R$ 1 milhão de seu orçamento para a manutenção da fundação, que possui área de 139,7 hectares. Também pertence ao zoológico uma Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie), conhecida como Santuário de Vida Silvestre, de 440 hectares, situada próxima ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek e a Vila Telebrasília.

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