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E se der medo?

Áh, o medo! Que sensação estranha, única, indescritível. Uma palavrinha tão pequena com um alcance tão grande! Muitas vezes o medo nos paralisa, nos impede de agir, nos bloqueia. Nós, que nos achávamos gigantes, com capacidade e coragem para enfrentar desafios diversos da vida e eis que nos vemos indefesos, petrificados, diante de algumas situações.

Mas o que é o medo? Sentimos medos iguais ou temos medos diferentes? E como podemos enfrentar nossos medos?

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A Psicologia entende o medo, em linhas gerais, como uma das mais primitivas emoções humanas. Ele nos alerta para a presença de perigo e foi essencial para manter nossos antepassados vivos. O medo pode, na verdade, ser dividido em duas fases, bioquímica e emocional. A resposta bioquímica é universal, enquanto a resposta emocional é altamente individualizada.

Bem, as reações bioquímicas ocorrem quando enfrentamos um perigo percebido e nosso corpo responde de maneiras específicas. As reações físicas do medo incluem sudorese, aumento da frequência cardíaca e níveis elevados de adrenalina.

Esta resposta física às vezes é conhecida como a resposta de “luta ou fuga”, em que o corpo se prepara para entrar em combate ou fugir.

Já as reações emocionais ao medo é que são elas! Estas dependem de nossas vivências, dependem do que encaramos como ameaçador, de nosso histórico de vida, por isso, cada um de nós tem seus próprios medos. O que para um pode parecer uma bobagem, uma coisa corriqueira, para outro pode ser encarado como um grande problema, como algo que lhe tira a paz e que, portanto, precisa ser evitado a qualquer custo.

Sabiamente pontuou Ayrton Senna, em uma de suas entrevistas: “O medo faz parte da vida da gente. Algumas pessoas não sabem como enfrentá-lo, outras – acho que estou entre elas – aprendem a conviver com ele e o encaram não como uma coisa negativa, mas como um sentimento de autopreservação.”

O medo permeia a vida de cada um de nós, está presente durante toda nossa vida, mas não faz de nós frágeis, ao contrário, nos torna fortes à medida que sabemos o que desencadeia nossas reações mais “medrosas” e aprendemos a enfrenta-lo de forma completa.

Enfrentar o medo requer de nós auto-conhecimento, requer de nós sabermos o porquê tal situação ou coisa nos assusta, nos paralisa, ou nos aterroriza. O caminho para o enfrentamento do medo é o conhecimento, o conhecimento de nossas emoções, de nossos sentimentos, de nossos anseios, de nossas expectativas.

Não precisamos deixar de sentir medo ou passar a gostar de situações que encaramos como ameaçadoras, ao contrário, podemos continuar encarando-as como situações aversivas, mas se soubermos o porquê as vemos assim, temos mais chance de enfrenta-las e de vencê-las.

Nesta empreitada de enfrentamento de nossos medos, algumas ações e pensamentos nos ajudam muito!

São eles: 1) não espere que o tempo resolva as coisas, deixar passar o tempo, não lhe ajuda a enfrentar seus medos; 2) não negue seus sentimentos, a negação (fingir que ele não existe ou que você não o sente) nos faz fugir de nossos sentimentos e de nossa realidade, fingindo. A mentira não nos ajuda a enfrentar o nosso medo; 3) não coloque o possível fracasso acima de sua possibilidade de vitória, o medo de fracassar, de não conseguir, de errar e de falhar é comum, aceitar que podemos falhar, que o fracasso faz parte e nos ensina e ajuda a crescer, ajuda muito este processo de enfrentamento sadio do medo; 4) medo de perder o controle. Perder o controle não representa ‘o fim do mundo’, isto é, sabemos que a necessidade de estar no controle é um dos mais importantes elementos que nos seguram e prendem aos nossos medos e dificultam essas ações, reconhecermos que não estaremos sempre no controle e entendermos que muitas coisas saem de nosso controle e nos surpreendem, nos ajuda buscar o enfrentamento das situações que nos parecem aversivas.

O medo pode ser controlado. Ter a autoconfiança para ser capaz de lidar com os medos da vida nos ajuda com vários acontecimentos do dia-a-dia

Procure identificar seus medos, olhe-os de frente, enfrente-os e recuse-se a que eles o controlem. Se precisar de ajuda nesta caminhada, procure um Psicólogo.

E “que a força do medo que tenho, não me impeça de ver o que anseio…” Oswaldo Montenegro.

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