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E o respeito?

Tempos sombrios estes em que o respeito ao próximo, às diferenças e individualidade, a crianças e idosos, à fé não existe mais.

Vivemos em uma sociedade que normalizou a violência gratuita. Brada-se e exige-se o direito de ‘possuir uma arma’ para defesa, mas não existe controle emocional, respeito, educação para que se possa assistir a um filme policial de ficção. Pessoas transformando cada vez mais seus veículos em armas, suas línguas em armas, sua voz em agressão, seus gestos em coação.

Vemos pessoas que pregam a justiça, a lei, a ordem agredir aos demais, berrar com religiosos dentro de Igrejas em meio a celebrações de fé. Assistimos atônitos cristãos idolatrando homens e banalizando Cristo e seus ensinamentos. Nos deparamos com a miséria, a fome e a dor serem transformados em banalidade por muitas pessoas.

É assustador o quão baixo descemos e como não conseguimos mais dialogar sem brigar, ofender, gritar, agredir com palavras, gestos e atos. Em nome da moral, muitos agem de forma imoral, em nome da fé agridem aos que professam fé diferente ou aos religiosos que falam de Cristo, de Jesus e de solidariedade. Deparamo-nos com o Papa Francisco sendo agredido por brasileiros, quando este escreveu: “Deus Todo-Poderoso abençoe abundantemente aqueles que dividem o pão com os famintos #WorldFoodDay”. Exato! Muitos o ofenderam por esta frase. Até de ‘herege’ foi chamado. Imagine só que coisa: um Papa abençoando quem divide o pão sendo agredido por quem banaliza a fome e a miséria e estas pessoas sendo aplaudidas por outras tantas?!

Quanta violência assistimos estes dias. Em nome de que? De paz, de justiça, da lei e da ordem. Que tipo de ordem seria esta que leva pessoas a vandalizarem um Santuário em Pleno dia de comemoração e de Celebração? Alcoolizados, violentos e agressivos, atrapalhando e perturbando a fé dos demais. Imaginem se estivessem armados, alcoolizados e cheios de ódio? O estrago teria sido muito maior.

Que pessoas são estas que aplaudem mulheres sendo agredidas em sua honra, em sua moral, sendo expostas de forma vil e cruel, apenas por desagradarem ou pensarem diferente de seus agressores? Quando foi que esse tipo de ação passou a ser aceitável e não nos chocar?

Quando foi que atos de racismo voltou a ser aceito e normal? Quando foi que a cor da pele voltou a determinar quem é ‘mais’ ou quem é ‘menos’? Quando foi que deixamos de combater racistas?

Uma sociedade em agressividade crescente deixará qual legado às gerações futuras?

Precisamos refletir sobre o respeito. Cada um de nós pode pensar diferente um do outro, mas obrigatoriamente precisa se respeitar. Não se pode agredir com palavras ou ações aquele que é ou que pensa diferente.

Vamos aprender com nossas diferenças, vamos respeitar pensamentos, crenças e valores dos demais, agressões não devem pautar nossas conversas, debates e reflexões.

Que tenhamos argumentos e não gritos, que saibamos ouvir e não agredir, que consigamos dialogar, aprender, ensinar, nos entender e nos comportarmos de maneira civilizada.
Não sejamos bárbaros espumantes e odiosos, mas sim pessoas racionais e calmas.

Encerro com um convite a reflexão: “Apenas os que dialogam podem construir pontes e vínculos.” Papa Francisco
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