E você, sabe o que é sororidade? Se não sabe, se acha, porém não tem certeza, se acha que são mulheres contra os homens, leia esta coluna e vamos desmistificar juntos este tema, que tal?
A sororidade pode ser definida como o sentimento que une as mulheres em uma rede de solidariedade, empatia e companheirismo.
Esta semana o deputado estadual Fernando Cury teve pena de afastamento aumentada de três para seis meses, em decisão unânime, por ter importunado sexualmente a colega Isa Penna (PSOL). A deputada foi apalpada por Cury no plenário, em dezembro, e registrou um Boletim de Ocorrência contra ele por assédio sexual e o denunciou ao Conselho de Ética da Casa por quebra de decoro. (fonte: UOL Notícias).
Vimos muitas mulheres, ainda que de diferentes partidos e até fora da política se unindo à deputada em solidariedade pelo que sofreu e, depois, comemorando decisão e punição históricas.
Relativamente recente na língua portuguesa, o termo é como uma versão feminina da palavra fraternidade. A palavra soror, originária do latim, se refere a irmã, enquanto frater se refere a irmão.
Para Gisela Foz, do movimento global She Decides, a sororidade é reconhecer em outra mulher, mesmo que seja uma pessoa desconhecida, as dores e as barreiras que todas nós enfrentamos em uma sociedade machista. “Para mim, a sororidade é esse sentimento de empatia, mas uma empatia visceral, que toca de uma forma muito mais profunda porque não é só uma empatia de me colocar no lugar da outra, mas de estar no lugar da outra”, completa Gisela.
Ela afirma ainda que a sororidade vai contra a ideia de que existe uma rivalidade intrínseca às mulheres, ideia que acaba sendo um instrumento usado para dividi-las. Além disso, a sonoridade cria espaço para uma união verdadeira entre elas em busca de uma sociedade mais igualitária, com igualdade de direitos e oportunidades entre mulheres e homens.
Para Gisela a sororidade pode ser ilustrada em uma cena: “É aquela sensação de quando você está no trem e vê alguma menina passando por uma situação de assédio. É o que não deixa você ficar quieta em relação àquilo porque é algo que também a toca e também a fere”, afirma. Sororidade é, portanto, aquilo que não deixa uma mulher se omitir em casos como esse, mesmo que ela não seja a vítima direta.
Dia após dia, caminhamos mais unidas em direção à sororidade, pois entendemos que nossa união nos faz fortes e nos cerca por uma rede de proteção feminina, podemos e devemos contar umas com as outras.
Encerro com um convite a reflexão a partir do Rap de Kell Smith: “Tentaram nos fazer acreditar que era melhor se desculpar do que se defender. Criaram sistema de competição entre nós e assistiram doer. Doeu, mas agora já não dói mais, uma hora a gente passa a ver, que a escolha é somente nossa e como diz minha mãe: “não há o que temer”. Juntas somos fortes em qualquer ocasião. Nossas crianças vão com certeza ouvir de nós que podem fazer a revolução ser mais veloz (…)”.
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