Dois suspeitos de terem participado da morte de um casal de bolivianos e do filho deles foram presos, após terem a prisão temporária decretada pela Justiça, na noite desta quarta-feira, 9. Os corpos das vítimas, que estavam desaparecidas desde 23 de dezembro, foram encontrados esquartejados na noite de terça, 8, em uma casa de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo.
De acordo com a Polícia Civil, os suspeitos negaram a participação direta no crime, mas entraram em contradição durante seus depoimentos. A prisão foi autorizada para evitar a fuga deles.
Os suspeitos Miguel Alvaro Bautista Silva e Roberto Kally Javier, são amigos do principal suspeito, Gustavo Vargas Arias, que está foragido e também teve a prisão decretada. Arias é cunhado de Irma Morante Sanizo, de 38 anos, uma das vítimas. Ela e o marido, Jesus Reynaldo Condori Sanizo, de 39 anos, eram donos de uma pequena confecção no Brás, em São Paulo. O filho do casal, Gian Abner Morante Condori, de 8 anos, também foi assassinado.
Arias veio da Bolívia para trabalhar com as vítimas e, de acordo com o delegado Eliardo Amoroso Jordão, a principal hipótese é de que o crime teve motivação financeira.
O cunhado estava interessado em assumir os negócios da família e teria pedido ajuda aos suspeitos. Para um deles, Sanizo devia cerca de R$ 1,8 mil. Jordão espera a prisão de Arias para esclarecer como e onde o crime aconteceu. Acredita-se que os três foram mortos em São Paulo, tiveram os corpos cortados, colocados em malas e levados para a casa alugada em Itaquaquecetuba.
A investigação apontou que Arias se encontrou com um dos suspeitos no dia 7 de janeiro, quando já tinha deixado de fazer contato com a própria família.
Segundo o delegado, o cônsul da Bolívia esteve na delegacia, em Itaquaquecetuba, para tomar ciência das investigações e confirmou que toda a polícia boliviana está buscando o suspeito. É dado como certo que ele fugiu para o país vizinho.
Os corpos do casal e da criança foram encontrados esquartejados e enrolados em camadas de plástico, no interior de três malas grandes, no banheiro da casa. O imóvel tinha sido alugado por Arias com o pretexto de servir como depósito de máquinas de confecção. Até a tarde desta quinta-feira, 10, a família não tinha decidido se o sepultamento seria em São Paulo ou na Bolívia.