Desacertos comerciais que envolvem compras de imóveis em Limeira têm feito com que limeirenses procurem o Ministério Público (MP), por meio de denúncia ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), unidade de Piracicaba, e também acionem diretamente a Justiça. Uma imobiliária da cidade e um homem citado na denúncia foram procurados pela reportagem e apresentaram suas versões.
A principal queixa que está na denúncia protocolada na semana passada no Gaeco é sobre a compra de lotes que, segundo as vítimas, não estariam disponíveis para a venda. Num dos casos, a mulher menciona que chegou a pagar R$ 55 mil.
Na mesma denúncia, pelo menos outras 20 pessoas foram qualificadas como eventuais vítimas nas transações comerciais e foram anexados boletins de ocorrência registrados pela Polícia Civil de Limeira.
Também há processos que já correm na Justiça limeirense.
IMOBILIÁRIA
O gerente administrativo da imobiliária conversou com o Rápido no Ar e informou que, sobre os lotes mencionados, as transações envolveram venda de chácaras. “Não atuamos nesse ramo. Nosso forte é o aluguel de imóveis. Também atuamos nas vendas, mas não de chácaras”, apontou.
Ainda de acordo com ele, o estabelecimento foi apontado de forma errônea por algumas pessoas. “Inclusive, num dos casos, conseguimos uma liminar para que uma delas removesse das redes sociais o nome da imobiliária, pois ainda não há comprovação do envolvimento do comércio com as transações. A todos que têm ido à Justiça, nós pedimos documentos que comprovem a aquisição feita por meio da imobiliária”, finalizou.
VENDEDOR DE LOTES
A reportagem também entrevistou o homem que vende os lotes, que, segundo o gerente administrativo da imobiliária, apesar de ser marido da proprietária, tem seus negócios de forma independente.
De acordo com ele, houve problemas, mas ele busca resolver a situação. “Há condomínios de chácaras que ainda não conseguiram se regularizar e houve problemas na comercialização dos lotes. Para alguns, não consegui entregar e, junto com a pandemia, a situação se agravou. O pessoal começou a pedir o dinheiro de volta. Por conta disso, comecei a fazer os distratos, mas o dinheiro não entra de uma vez. Para uma das mulheres que fez a compra, fiz um acordo para devolver R$ 2,5 mil por semana, mas atrasei o pagamento e informei que arrumaria uma maneira para quitar o débito com ela, mas ela preferiu ir à Justiça. A maioria das denúncias não é verdadeira e acredito que estou sendo alvo de uma armação. Estou montando as defesas e juntando provas para cada caso”, esclareceu.
O MP ainda não avaliou se dará andamento na denúncia apresentada ao Gaeco.