Rio Claro está inovando no padrão de análise da água captada e distribuída no município com trabalho inédito no país. O Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae) fará avaliações periódicas de toxicidade em resíduos na água captada pela Estação de Tratamento de Água (ETA) 1. Esses resíduos são chamados “efluentes” e o estudo faz parte de um projeto maior, no qual está sendo ampliada a análise da água bruta e da água tratada que passam pela ETA 1, localizada no bairro Cidade Nova e que abastece 40% do município.
O investimento do Daae nesse novo padrão de análise é de R$ 288 mil nos próximos dois anos. É um trabalho em várias etapas. A de avaliação de toxidade dos efluentes será feita pelo Laboratório de Toxicidade de Água (LTA) do Instituto de Biociências da Unesp Rio Claro, que também realizará testes biológicos em todas as etapas do tratamento de água pela ETA 1, desde a captação da água bruta, passando pela floculação, decantação, filtração e distribuição. A Unesp também fará estudo para melhoria e eficácia no tratamento de água.
Já a empresa Hidrosan Engenharia começou nesta semana a realizar testes físico-químicos para diagnóstico de melhorias e tratabilidade da água na ETA 1, e fará tratamento dos efluentes.
“São dois trabalhos que se complementam. Um é a parte de engenharia hidráulica e atendimento dos parâmetros do Ministério da Saúde e o outro é voltado à qualidade biológica da água”, explica o superintendente do Daae, Ricardo Pires de Oliveira. “Rio Claro é pioneiro no Brasil com essa análise da toxicidade da água, baseada em estudo com toda essa abrangência”, ressalta. Esse trabalho inclui ainda estudo para quantificar e caracterizar todo o lodo gerado durante o tratamento de água, para a destinação adequada.
Essa iniciativa só se tornou possível por conta da ação financeira efetiva que o Daae fez em 2017, primeiro ano da atual gestão municipal, reduzindo a dívida herdada de R$ 15,7 milhões para R$ 7,2 milhões, uma diminuição de 53,99%. “Esse é mais um exemplo do rigor de nossa administração com o investimento do dinheiro público traduzido em melhorias para o município”, comenta o prefeito João Teixeira Junior, o Juninho da Padaria.
A capacidade de tratamento de água na ETA 1 é de 440 litros por segundo, com produção média de 38 mil metros cúbicos por dia. Rio Claro ainda conta com a ETA 2, localizada na estrada para o distrito de Ajapi, na qual são tratados 500 litros de água por segundo, com produção diária de 43 mil metros cúbicos por dia. A ETA 2 abastece 60% da cidade.
O trabalho para melhorar a qualidade da água que chega às torneiras dos moradores de Rio Claro é constante no Daae. Há anos a autarquia realiza, em amostras, no mínimo 10 testes laboratoriais diariamente. Equipes rotativas trabalham 24 horas por dia seguindo rígido controle de dosagem de produtos químicos e acompanhamento dos padrões de qualidade, conforme as determinações do Ministério da Saúde.
Esses cuidados abrangem todo o sistema de distribuição de água das duas estações de tratamento, que funcionam diuturnamente, com análises de controle de qualidade feitas a cada hora antes da saída da água tratada para toda a cidade.
“Os testes diários nas duas ETAs asseguram a qualidade e potabilidade da água fornecida à população, e o trabalho inédito que começamos nesta semana amplia ainda mais o alto padrão de análise do Daae”, finaliza o superintendente da autarquia.
Os novos procedimentos de verificação da água na Estação de Tratamento de Água do Cidade Nova são fruto da necessidade de diagnosticar as condições de operacionalidade, já que a ETA 1 foi construída em 1947, inaugurada dois anos depois e ampliada em 1969, e é bem mais antiga que a ETA 2, implantada em 1982. A iniciativa também atende medida compensatória conforme definido em acordo firmado com o Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) do Ministério Público de Piracicaba e a Promotoria de Meio Ambiente de Rio Claro.