A reunião de hoje (26) do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) Central, presidida pelo advogado Claudio Zalaf, ocorreu de forma virtual e, durante o encontro, um dos cidadãos sugeriu a criação em Limeira (SP) de um “disque-aglomeração”. No encontro também foram discutidos outros problemas, como a aglomeração de pessoas no entorno da Avenida Canadá, no Residencial Belinha Ometto; tráfico de entorpecentes no Jardim Santa Adélia; funcionamento da Área Azul durante o fechamento do comércio e deslocamento de paciente com coronavírus para buscar remédios.
A sugestão do “disque-aglomeração” partiu do engenheiro Paulo Celso Biasioli, que informou ocorrências de festas na região onde mora. “Além da perturbação, há a questão da disseminação da doença, pois quem bebe, não usa máscara. Para exemplificar a situação, eu tive uma propriedade rural onde tive que combater o greening [doença causada por bactérias que afetam os citrus]. Meu vizinho, porém, não combateu e, por conta disso, perdi meu pomar. Com a doença pode ocorrer o mesmo. As festas podem prejudicar quem está no entorno”, descreveu.
Ainda sobre a discussão das aglomerações, Zalaf mencionou que recebeu queixas de moradores do Belinha Ometto sobre o acúmulo de pessoas que ocorre, semanalmente, entre quinta-feira e domingo. “O problema é que não há fiscalização e os moradores estão preocupados”, descreveu.
Presente no encontro, o capitão Costa Pereira, comandante da 5ª Cia., informou que a situação do bairro já dura cerca de 15 anos. “As medidas de responsabilidade de polícia, ou seja, do Estado, ocorrem. O que é necessário é fazer uma intervenção com legislação municipal. Chegamos a sugerir alterações na lei, principalmente referente ao funcionamento de comércio de bebidas para próprio consumo. Mas não houve avanço. Outra alternativa é definir, por meio de zoneamento, áreas de interesse da segurança pública, pois, desta forma, há algumas restrições e os comerciantes terão que se adequar”, explicou. Costa mencionou a questão dos comércios de bebidas porque há estabelecimentos que funcionam de forma irregular, avançam no horário proibido e contribuem com a aglomeração de pessoas.
Nivaldo Rosada, vice-presidente do Conseg Central e comerciante na Boa Vista, citou a indignação dos comerciantes do bairro. “Todos estávamos seguindo as orientações, como uso de máscara e disponibilidade de álcool em gel. Por conta das aglomerações, o comércio pagou a culpa”, resumiu.
CORONAVÍRUS
José Braz, do Jardim Canaã, mencionou uma situação que causou preocupação às pessoas que acompanhavam o Conseg Central. De acordo com ele, uma pessoa que foi à Humanitária teve confirmação para coronavírus e, depois, foi orientada a buscar medicamentos numa unidade de saúde de outro bairro. “Ela foi ao hospital com sintomas, fez o teste e deu positivo. Depois, recebeu uma carta para retirar o kit de medicamentos na unidade de saúde da Boa Vista. Essa situação é arriscada e acredito que o ideal é que os remédios já fossem disponibilizados na própria Humanitária”, descreveu.
ÁREA AZUL
Outra reclamação levada ao Conseg Central foi sobre a cobrança de área azul durante o fechamento do comércio. Paulo Biasioli citou o exemplo de um motorista que teve seu carro notificado. “Ele tem um escritório e, devido à retirada da flexibilização, ele foi ao local apenas para retirar suas coisas. Ao sair, percebeu que tinha recebido notificação da área azul. Como o comércio não está em funcionamento, a justificativa de rotatividade não é necessária”, apontou.
Clayton Silva, vereador, informou que recebeu denúncias semelhantes em seu gabinete e que apura a situação. “Em decreto anterior, o serviço de área azul tinha sido paralisado. Neste, porém, preciso ver como ficou, mas vamos dar andamento nas reclamações que chegaram”, pontuou.
O vereador também informou à Polícia Militar reclamações de moradores do Jardim Santa Adélia, quando à incidência de tráfico na área mais próxima da Rodovia dos Bandeirantes e na divisa com Residencial Village. O capitão Costa sugeriu que os reclamantes façam parte do grupo Vizinha Solidária, que tem contato diretamente com a PM.
Ainda durante o encontro, Zalaf citou da aprovação, na Câmara de Limeira, da lei que cede o imóvel na Rua Pernambuco para a Polícia Militar – o prédio irá abrigar a 1ª Cia. – e que todas as demandas registradas no Conseg Central serão encaminhadas, por meio de ofício, à Prefeitura de Limeira, para os setores responsáveis.